Físicos dos EUA: plano nuclear de Bush é “irresponsável”

Entre os signatários estão quatro laureados pelo Prêmio Nobel, um agraciado com a National Medal of Science (Medalha Nacional da Ciência) e três ex-presidentes da  American Physical Society (Sociedade Americana de Física), a mais importante associação de físicos do país.
A carta foi provocada pelos recentes artigos no Washington Post, New Yorker e outras publicações, afirmando que uma das opções em consideração pelos planejadores do pentágono e da Casa Branca, numa confrontação com o Irã, inclui o uso de demolidores nucleares de fortalezas, contra instalações subterrâneas. As informações não foram confirmadas nem negadas pelos porta-vozes da Casa Branca e do pentágono.
“Somos membros da profissão que trouxe à vida os artefatos nucleares, e sentimos fortemente que é nosso dever profissional contribuir com nossos esforços para prevenir o seu mau uso”, diz Jorg Hirsch, um dos signatários. “Físicos conhecem melhor os devastadores efeitos das armas que eles criaram; e estes eminentes físicos falam por milhares de seus colegas, afirma Hirsch.
A carta (veja em http://physics.ucsd.edu/petition/physicistsletter.html  o texto integral em inglês) aponta que “as armas nucleares são um caso único, entre os artefatos de destruição em massa”, e que o poder total de destruição dos arsenais atômicos atuais é mais de 200 mil vezes superior, em energia explosiva, à bomba que destruiu Hiroshima em 1945, matando mais de 100 mil pessoas.
Os signatários reafirmam que o Tratado de Não-Proliferação Nuclear ficaria irreversivelmente abalado pelo uso, ou mesmo a ameaça de uso, de artefatos atômicos por uma nação nuclearizada contra uma não-nuclearizada, com “desastrosas consequências” para os EUA e o mundo.
“É uma grave irresponsabilidade dos EUA, enquanto a maior superpotência, cogitar linhas de ação que possam eventualmente conduzir à generalizada destruição da vida sobre o planeta. Conclamamos a administração (estadunidense) a anunciar publicamente que não cogita o uso da opção atômica no caso de qualquer adversários não-nuclearizados, presentes ou futuros. E concitamos o povo estadunidense a fazer ouvir sua voz quanto a esta questão”, afirmam os cientistas.
Os signatários estão enviando cópias da mensagem aos seus representantes no Congresso, solicitando que o problema seja levado urgentemente ao debate no Senado e na Câmara de representantes dos EUA.
Fonte: coletivo Bellaciao:
http://bellaciao.org/