PF investiga elo entre Marcos Valério e secretário de governo de MG

A Polícia Federal e o Ministério Público querem ampliar as investigações sobre a ligação entre o empresário Marcos Valério, na época um dos sócios da agência, e o secretário Danilo de Castro, um dos p

A Polícia Federal e o Ministério Público deverão aprofundar as investigações sobre as relações entre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, tido como operador de caixa dois de partidos políticos, e o secretário de governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, um dos principais auxiliares do governador Aécio Neves. A informação foi publicada no domingo (23) pelo jornal O Globo.

Laudo recém-concluído pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) comprova que Castro foi avalista de um empréstimo de R$ 707 mil que a SMP&B, uma das agências de Valério, fez no Banco Rural no dia 25 de novembro de 2004. Valério está numa lista de pessoas denunciadas pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) os indícios de participação do secretário do governo Aécio Neves no esquema de caixa dois de Marcos Valério confirma que a ilegalidade é antiga e reforça a possibilidade de que ainda ocorra no governo de Minas Gerais. "Desde o início dessas denúncias estamos dizendo que este esquema é antigo. O envolvimento do assessor de Aécio demonstra que provavelmente o esquema Marcos Valério ainda possa continuar em Minas Gerais. Além de confirmar vínculos antigos do PSDB nas operações de caixa dois, o envolvimento do assessor demostra também a profundidade desses vínculos", disse.

Segundo o deputado, as investigações devem prosseguir até que todas essas ligações sejam apuradas. "Tanto a Polícia Federal quanto o Ministério Público devem mesmo prosseguir com as investigações até concluírem um inquérito sobre as ligações das empresas de Valério com o assessor", disse.

De acordo com o laudo do INC, o empréstimo feito no Banco Rural foi pago pela DNA Propaganda, outra agência de Valério, a partir de recursos recebidos da Visanet, operadora de cartão de crédito ligada ao Banco do Brasil, em setembro do ano passado.

O laudo confirma que o empréstimo da empresa de Valério foi avalizado também pelo presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Mauri Torres (PSDB-MG). Neste período, a SMP&B de Valério detinha um contrato de R$ 10 milhões com a Assembléia. O contrato foi suspenso ano passado em meio ao escândalo do uso de caixa dois por partidos políticos.

Depois da Crise – O laudo mostra ainda que Danilo de Castro e Mauri Torres só deixaram de ser avalistas do empréstimo de Valério no dia 13 de junho do ano passado, uma semana depois da eclosão das denúncias sobre uso ilegal de recursos por partidos políticos.

Fonte: Agência Informes