PFL já admite abandonar aliança nacional com PSDB

PFL e PSDB são namorados antigos e já estavam com tudo certo para trocar alianças e formalizar o casamento que, acreditam, os levará de volta ao Palácio do Planalto. Mas faltando apenas dois meses para o casamento se consumar, a rela&cc

O senador José Agripino Maia (PFL-RN), um dos cotados para ser o candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou hoje que os pefelistas esperam resolver problemas com os tucanos em pelo menos dez Estados para formalizar a indicação do vice na chapa. Até a semana passada, apenas Bahia, Sergipe e Maranhão se apresentavam como casos problemáticos.

Nos últimos dias, outros sete estados se juntaram à turma dos que Vêem problemas na aliança formal entre PFL e PSDB: Amazonas, Espírito Santo, Alagoas, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Outros importantes estados não entraram na lista de "problemáticos" do senador Agripino Maia mas, na prática, revelam que a parceria entre tucanos e pefelistas não será tranquila. É o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em São Paulo, os

deputados do PFL não estão dando trégua ao candidato tucano. A maior parte das denúncias e iniciativas de investigação contra Alckmin que partem da Assembléia Legislativa paulista estão sendo encabeçadas pelo PFL. No Rio de Janeiro, o PSDB afirmou lançou hoje o deputado Eduardo Paes para o governo estadual, irritando a turma do pefelista César Maia que se sentia no direito de indicar o candidato da chapa direitista. O nome do PFL para a disputa é o do secretário municipal de Obras, Eider Dantas.
 

Todo este conjunto de problemas levou Agripino Maia a admitir o fim da aliança formal entre os dois partidos. Segundo ele, há possibilidade de o PFL apenas apoiar Alckmin, sem indiciar o candidato a vice, principalmente se o PMDB tiver candidato próprio, o que poderia levar os pefelistas a quererem mais liberdade nos Estados para alianças que facilitassem a eleição de parlamentares.

"Se não resolver isso, as sessões estaduais ficarão desconfortáveis", disse Maia. O senador ressaltou que "não há nenhuma hipótese de o PFL não apoiar o candidato do PSDB a presidente". Se não indicar o vice, o PFL, segundo o senador, apenas daria seu apoio sem integrar a chapa.

Os pefelistas tentam minimizar o impacto do rompimento para a candidatura de Alckmin. Alegam que, sozinho, o PFL teria condições de fazer uma bancada de deputados maior e, assim, ajudar na "governabilidade" de um futuro –e cada vez mais improvável– governo tucano.

Analistas acreditam que esta é apenas uma maneira menos grosseira de abandonar a noiva (Alckmin) no altar.

Da redação,
Cláudio Gonzalez