Torturas continuam no Iraque, diz Washington Post

Muitos detentos nas prisões do Iraque, principalmente os que estão nas mãos dos xiitas, foram vítimas de torturas e maus tratos nos últimos meses. É o que informa a edição de hoje do jornal The Washington Post<

O porta-voz de Exército dos EUA para as operações penitenciárias, o tenente-coronel Kevin Curry, confirmou em comunicado que em um dos lugares inspecionados treze prisioneiros tinham "ossos quebrados, indícios de ter sido pendurados no teto e golpeados com cabos, e queimaduras de cigarros". Em comunicado, ele acrescentou que em outro "havia vários casos de abusos físicos, incluindo cicatrizes, luxações dos ombros e queimaduras de cigarros". Curry afirmou que "muitas das feridas, aparentemente, tinham ocorrido meses antes", mas que "havia indícios de que três casos ocorreram na semana antes da inspeção".

Segundo dois funcionários anônimos citados pelo jornal, as forças norte-americanas não transferiram os prisioneiros com sinais de terem sido torturados para outras instalações, como foi feito com os 173 que foram encontrados em 13 de novembro em uma prisão secreta do Ministério do Interior em Bagdá. Só um grupo, cujo estado era mais grave, foi libertado para receber tratamento médico, explicaram.


O funcionário iraquiano, que afirmou ter recebido ameaças de morte por participar das inspeções, assegurou que os prisioneiros lhes diziam que se lhes deixassem ali, iam matá-los. O funcionário dos EUA em carta por e-mail ao Washington Post comentou que "não estava à frente da equipe que foi aos lugares" e, neste caso, "teria tirado-os", em referência aos prisioneiros torturados. "Estabelecemos um precedente (em novembro) e recebemos instruções" do chefe do Estado-Maior, geral Peter Pace, "mas por algum motivo não estão sendo cumpridas", disse o funcionário.

Da Redação
Com agências