Com MP 232, Lula beneficia 423 mil famílias sem teto
A medida provisória (MP) 232, publicada nesta quinta-feira (27/04) no Diário Oficial, foi mais uma iniciativa do governo Lula para promover inclusão social. Com a assinatura da medida, o presidente desburocratizou a regularizaç&atil
Publicado 28/04/2006 23:32
Raquel Rolnik, secretária nacional de Programas Urbanos, também compareceu à entrevista no Ministério das Cidades. De acordo com ela, a aprovação projeto de lei 3.057/2000, em tramitação na Câmara dos Deputados, vai potencializar os efeitos da medida provisória. O Congresso também terá 90 dias para aprovar ou rejeitar a MP 232. “A regularização fundiária poderá avançar não apenas nas áreas da União, mas em todo o território nacional”, afirma Raquel. Dos muitos benefícios que a MP apresentou, o financiamento para construção ou reforma é o único universal — atinge moradores com título de posse de qualquer imóvel público, inclusive municipal e estadual.
Facilidades para os sem-teto – Famílias instaladas em imóveis federais já podem obter Concessão de Uso Especial ou Concessão de Direito Real de Uso. Se tiverem renda de até cinco salários mínimos, terão o direito de usar a concessão como “garantia real” no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Dessa forma, poderão requisitar financiamento para construção ou reforma de seu imóvel. Antes da MP 232, o crédito só era válido se a renda familiar fosse de três salários mínimos.
Em outro item, a MP trata de propriedades públicas sem uso nem ocupação. A União tem cerca de 600 mil imóveis desocupados, e a maioria deles está em condições de reaproveitamento. O governo pretende transferir essas áreas a projetos habitacionais de interesse social. Para a mesma finalidade, a medida provisória autoriza a transferência de imóveis que estão emprestados mas não exercem suas funções de origem. Pela lei 9.636/98, as áreas de propriedade da União não podiam ser usadas para fins habitacionais — o que muda com a assinatura da MP.
Diante do altíssimo déficit habitacional no Brasil (7 milhões de unidades), a iniciativa do governo Lula ganha mais destaque. “E esse número representa apenas o déficit quantitativo”, lembra Wander Geraldo. “Temos ainda 12,5 milhões de famílias que moram em condições irregulares ou perigosas. É o déficit qualitativo”. Com verba de R$ 10,3 bi para programas de interesse social — 12% a mais do que em 2005 —, a política habitacional do governo inclui reforma e adequação de imóveis, urbanização de favelas e construção de moradias.
Por André Cintra,
da Redação, com informações de agências