Para Evo, Petrobras faz ''chantagem'' ao cancelar investimentos

O presidente da Bolívia, Evo Morales, chamou de "chantagem" a suspensão de investimentos da Petrobras no país após a nacionalização da produção, refino e distribuição de óleo e gás boliviano. Onte

"Podem fazer chantagem, mas não é possível que, com nossos recursos, tenham uma grande empresa e deixem mal a economia do nosso país", afirmou Evo em notícia divulgada hoje (4) pela Agência Boliviana de Informação (ABI). O presidente boliviano ressalta ainda que existem muitas possibilidades de investimentos com empresas petrolíferas estrangeiras, em vários continentes, todas interessadas em realizar negócios com a Bolívia.

Evo lembra que por falta de uma administração nacional, a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) ficou em má situação nos últimos anos e agora deve seguir o exemplo do trabalho realizado pela estatal de petróleo venezuelana (Pdvsa). "Hoje, a Pdvsa recuperou seus hidrocarbonetos e com o companheiro Hugo Chávez chegou ao que é", destaca Evo Morales na entrevista.

Em 180 dias, a Petrobras terá que vender parte das ações de suas duas refinarias à estatal boliviana, já que agora o governo terá direito a mais da metade das ações de todas as refinarias do país. Os impostos sobre a produção de gás também passarão de 50% para 82% do valor produzido. Entre 1996 e 2004, a Petrobras investiu quase US$ 1 bilhão no país.

Evo está em Puerto Iguazu, na Argentina, participando da cúpula quadripartite em conjunto com os presidentes brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, argentino Néstor Kirchner e venezuelano Hugo Chávez. O encontro debateu, entre outras questões, o decreto "Heróis do Chaco" que nacionaliza o gás boliviano anunciado por Evo na última segunda-feira. Às 16h eles concederão uma entrevista coletiva com a imprensa.

Da Redação
Com agências