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PCdoB/RO filia 70 lideranças camponesas

Ato realizado dia 1º em Porto Velho deu as boas-vindas a lideranças do Movimento Camponês de Corumbiara, que se filiaram ao PCdoB. O evento reuniu os dirigentes comunistas Eron Bezerra, deputado estadual pelo PCdoB/AM, José

No dia 1º de maio, na Sede do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), localizada no bairro Socialista, em Porto Velho, reunidos em uma grande comemoração alusiva ao Dia dos Trabalhadores, representantes dos Comitês Central, Estadual de Rondônia e do Municipal de Porto Velho, em conjunto com lideranças do MCC realizaram a filiação de aproximadamente 70 lideranças camponesas no intuito de fortalecer a base camponesa do PCdoB, bem como formar novas lideranças nos princípios do marxismo-leninismo em Rondônia.

 

O evento contou com a participação do Deputado Estadual pelo PCdoB/AM e membro do Comitê Central, Eron Bezerra, de José Barbosa, do PCdoB/AM e do vereador por Rio Branco e membro do PCdoB/AC, Márcio Batista.

 

O Coordenador Geral do MCC, Adelino Ramos, o Dinho, comentou o doloroso processo de consolidação do Movimento, fundado em 1996, logo após o massacre de Corumbiara, argumentando que se houvesse formação política sobre as questões enfrentadas pelo homem do campo, muitos dos problemas gerados poderiam ter sido evitados.

 

Dinho relatou ainda o processo de aproximação com o PCdoB, a partir de 2000, logo após contato com Eron Bezerra, em Boca do Acre (AM), e os motivos que não permitiram uma entrada de lideranças àquela época. Para ele, um efetivo processo de formação, além de melhorar a intervenção do PCdoB no cenário político através da disputa eleitoral – Dinho  acredita que em bem pouco tempo o Movimento poderá lançar candidatos – possibilitará ainda benefícios via qualificação técnica para auxiliar os assentados no processo produtivo e maior inserção do PCdoB nos movimentos sociais em nível nacional.

 

Já o vereador Márcio Batista destacou a importância da inserção do MCC para o ganho quantitativo e, principalmente, qualitativo para o Partido, devido ao poder de intervenção na sociedade e a vocação revolucionária do movimento.

 

O presidente estadual do PCdoB/RO, Manoel Néri, comentou que seria um dia histórico para os trabalhadores, devido ao fato de os camponeses do MCC serem os mais novos combatentes  da causa socialista em Rondônia e no Brasil, destacando o episódio do Massacre de Corumbiara e a sua semelhança, guardada as devidas proporções, com Guerrilha do Araguaia, o que certamente configurou uma marca revolucionária ao Movimento, por sua resistência às circunstâncias adversas.

 

Organização dos trabalhadores

 

O deputado Eron Bezerra iniciou sua intervenção dizendo que os trabalhadores são explorados pelas classes dominantes porque não têm noção de sua força e geralmente não estão organizados, o que não acontece com o MCC, que tem um alto grau de consciência política e de organização. Segundo Eron, é através da livre escolha de seus militantes que se consolidam os movimentos sociais. Para ele, a filiação de lideranças do MCC não se deu de maneira impositiva e sim de forma consciente, não confundido as decisões partidárias com autonomia do Movimento, o que certamente o levaria ao fracasso. Trata-se de uma decisão democrática tomada a partir da consulta às bases, o que contribui para a construção de um movimento de massa crítico e de um partido de vanguarda que alavanquem o processo de transformações sociais de que o país necessita.

 

Eron destacou também a importância da organização do homem do campo para a conquista da terra e para a viabilização de uma reforma agrária em que o agricultor recebe a terra e as condições necessárias para produzir e escoar a produção, além da infra-estrutura em saúde, educação, assistência técnica e armazenamento. Eron foi bastante aplaudido pelos camponeses quando disse que acompanha o Movimento (MCC) há seis anos, desde o acampamento em Lábrea e a ocupação da sede do Incra em Boca do Acre, no vizinho estado do Amazonas. “O Partido Comunista do Brasil vê o MCC como um dos mais importantes movimentos pela posse da terra na Amazônia”, disse, destacando que o que o motivou a levar adiante o seu relacionamento com o MCC foi o internacionalismo proletário, baseado na solidariedade dos povos.

 

Desconstrução na mídia

 

Outro momento bastante rico do debate foi quando Eron Bezerra comentou sobre o papel da mídia na desmoralização dos movimentos sociais, principalmente dos camponeses, o que vem acontecendo com freqüência com o MCC, em Rondônia. Argumentou que isto ocorre pelo fato de a grande mídia ser um dos principais mecanismos de dominação da burguesia.

 

Eron Bezerra também comentou que muitos problemas agrários se dão pela lógica brutal de concentração do capitalismo. “No Brasil, um país com aproximadamente 8,5 milhões de Km², onde a Amazônia representa 5,5 milhões de Km², não se justifica que as pessoas tenham que morrer por causa de um punhado de terra, a única coisa que justifica isto é o modo de produção capitalista”, disse.

 

Ao finalizar sua intervenção, o deputado comunista Eron Bezerra explicou que o Partido é igual para todos os militantes, pois é concebido para lutar e ampliar a luta pelo socialismo. Mas, para consolidar o PCdoB em todos lugares onde ele não está constituído, é necessária a atuação militante. “Na prática os companheiros do MCC já são comunistas de longo tempo, mas formalmente estão filiados agora. O trabalhador tem que ser dono de seu próprio caminho, pois a História é de quem a constrói”.

 

 

De Porto Velho,
Emerson Luiz Nunes Aguiar,
Secretário de Formação e Propaganda do PCdoB/RO