Tucanos optam por esconder Fernando Henrique

O PSDB decidiu “esconder” na campanha eleitoral deste ano uma de suas principais lideranças. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso terá participação restrita aos bastidores. Nem vai ser exposto na “vitrine&

O blogueiro relata ter ouvido dois tucanos que integram o alto comando da campanha de Alckmin. Um deles disse: “Não faria o menor sentido colocarmos o Fernando Henrique na linha de frente dessa disputa”. O outro declarou: “Ele (FHC) é um homem inteligente. Sabe que seu papel deve ser apenas o de conselheiro estratégico”.
“O tucanato avalia que a participação ostensiva de FHC facilitaria o trabalho de Lula, cuja principal tática de campanha é o estabelecimento de uma comparação de sua gestão com a de seu predecessor. Pesquisas internas do PSDB –qualitativas e quantitativas—indicam que é alta a taxa de rejeição de FHC junto ao eleitorado”, prossegue Josias de Souza. As pesquisas do Palácio do Planalto espelham a mesma realidade.
O PSDB tenciona privilegiar na propaganda eleitoral as aparições de Alckmin. “A idéia é apresentá-lo como um político de ´personalidade própria´, não uma mera ´continuação´ de FHC. Serão realçadas: 1) a gestão de Alckmin à frente do governo de São Paulo; 2) os planos do candidato para “desenvolver o país”, afirma o blog.
O problema é que, na mesma Folha de S. Paulo, reproduz uma avaliação nada otimista do marqueteiro Marcos Coimbra, cotado para ajudar a campanha tucana: Coimbra  “tem achado os programas do PSDB, tocados pela turma de Alckmin, fracos, ou ´não muito eficientes´. Diz que, no mesmo período, em 2002, anúncios do partido fizeram o candidato José Serra crescer dez pontos. E Alckmin, de acordo com as sondagens disponíveis até agora, nada”, diz a jornalista.
Josias de Souza relata que, em reuniões realizadas na terça e nesta quarta-feira, a cúpula do tucanato traçou os próximos passos da campanha de Alckmin. “Decidiu-se o seguinte nos encontros, que contaram com a participação do candidato”, enumera o blog:
Até 20 de maio:
Dar-se-á prioridade à montagem dos palanques regionais. Busca-se resolver impasses levantados pelo PFL, virtual parceiro de campanha de Alckmin. Considera-se que estão praticamente resolvidos os problemas dos dois Estados apontados como principais: Bahia e Sergipe;
Fechadas as “feridas” regionais, pretende-se formalizar a aliança nacional com o PFL, com a indicação do nome do vice de Alckmin. Dá-se preferência ao nome de José Agripino Maia (PFL-RN). Mas o tucanato renovou a decisão de não se meter na disputa travada entre os pefelistas. Agripino disputa a vaga de vice com José Jorge (PFL-PE);
Pretende-se concluir o ciclo de viagens de Alckmin pelos Estados do Nordeste, região em que o candidato é menos conhecido. Estima-se que até 20 de maio ele terá percorrido toda a região. O próximo Estado a ser visitado deve ser a Bahia de Antonio Carlos Magalhães (PFL);
Até 10 de junho:   
Planeja-se concluir até esse dia negociações que já estão em curso para ampliar a aliança nacional em torno de Alckmin. Tenta-se arrastar para um acordo formal, além do PFL, pelo menos mais duas legendas: PPS e PDT;
Deseja-se evitar que o PMDB se bandeie para o lado de Lula. Todo esforço será feito para que se componha com PSDB e PFL. Formal ou informalmente. Se quiser, o PMDB pode indicar o vice de Alckmin. O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, disse à direção do PSDB que, neste caso, seu partido não representaria um empecilho. Tudo em nome do projeto de derrotar Lula, que, nesta quarta-feira, enviou um emissário para conversar com Michel Temer, presidente do PMDB.
Fonte: Folha Online