Copom não leva em conta declarações de Mantega

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que declarações como as do ministro da Fazenda, Guido Mantega, não influenciam as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre as taxas de juros.

No domingo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Mantega voltou a pressionar por uma aceleração na queda da taxa. Na Suíça, onde participa de uma reunião de bancos de compensação internacionais, Meirelles disse ainda que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tomar as medidas que considerar necessárias ao controle da inflação. "O Banco Central leva a sério todas as opiniões, mas toma suas decisões normalmente", disse ele.
Meirelles afirmou que não se sente pressionado a baixar juros a um ritmo mais agressivo e destacou que o aumento das taxas, registrado em alguns países, serve para "amortecer" o risco de pressão inflacionária "É normal que pessoas, inclusive autoridades, se manifestem sobre o assunto (juros). O BC leva a sério todas as opiniões, mas toma e tomará suas decisões normalmente. O BC faz a análise técnica, analisa todos os fatores prospectivos de inflação, conclui qual a política monetária mais adequada e toma suas decisões normalmente", disse.
 Segundo o presidente do BC, as decisões tomadas sobre juros levam em conta "a delegação dada pelo presidente da República e as metas de inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional". Meirelles apontou que, ao elevar os juros a partir de setembro de 2004, o Brasil apenas se antecipou a um movimento que hoje é seguido por muitos países para fazer frente à inflação. "Agora o Brasil começa a baixar as taxas e os demais continuam subindo".
Com agências