Câmara dos Deputados divulga listas da Operação Sanguessuga

Atualizada às 21h30

O corregedor-geral da Câmara dos Deputados, Ciro Nogueira (PP-PI), divulgou, nesta quarta-feira (10), as listas dos parlamentares que foram mencionados pela Polícia Federal por suposto envolvimento na compra sup

A Corregedoria elaborou cinco listas – dos deputados mencionados como recebedores de dinheiro, dos que não foram claramente identificados, dos que não serão investigados, dos que tiveram funcionários presos  e dos parlamentares com funcionários acusados de receber dinheiro.

Ao comentar como foram decididos os critérios para investigação dos deputados citados pela Operação Sanguessuga, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou que o documento da Justiça Federal que cita com mais detalhes os funcionários do que os parlamentares. Isso porque os deputados possuem foro privilegiado e não foram investigados.

"Queremos dizer que as informações do documento da Justiça são mais substanciais sobre os servidores que foram investigados. Os parlamentares não foram investigados, nem pela Justiça Federal, nem pela Polícia Federal, nem pelo Ministério Público, porque só podem ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal", disse.

Aldo Rebelo anunciou que a Mesa Diretora decidiu dividir em três grupos de parlamentares os 62 deputados citados no documento da Justiça Federal. O primeiro grupo de parlamentares, segundo o presidente da Câmara, será encaminhado imediatamente à Comissão de Sindicância da Corregedoria da Casa para a investigação. A lista do segundo grupo ficará na Corregedoria aguardando informações adicionais para que o corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), decida pelo arquivamento ou encaminhe para investigação.

Já o último grupo, que Aldo Rebelo definiu como o que "não há indícios razoáveis de envolvimento" no documento da Justiça, terá o pedido de arquivamento. "O critério adotado foi a base de informação do documento enviado pela Justiça, os diálogos transcritos pela Polícia Federal e a citação e o envolvimento dos parlamentares", informou.

Lista pode crescer

Das 40 pessoas presas na semana passada pela polícia, uma resolveu colaborar em troca de pena mais branda – a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino. Ela apontou ontem os nomes de 170 deputados e de um senador que teriam recebido propinas para apresentar as emendas.

Hoje, ela entregou à polícia e ao Ministério Público um CD-ROM com a relação das emendas, dos seus respectivos autores, o número de ambulâncias e de ônibus comprados a preços superfaturados, as prefeituras que os receberam e os nomes das pessoas que fizeram as entregas.

A Câmara está em polvorosa. É grande o número de deputados à beira de um ataque de nervos. Parte dos 513 apresentou emendas para a compra de ambulâncias e de ônibus. E mesmo aqueles que nada têm a ver com a ação criminosa dos "sanguessugas", temem acabar sujos de lama.

Os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ) começaram a recolher assinaturas para a instalação de uma CPI Mista (deputados e senadores) que investigue o escândalo das ambulâncias.

Confira as listas divulgadas hoje pela Corregedoria da Câmara:

Deputados que tiveram o nome mencionado pela PF como recebedores de dinheiro:

1. Almir Moura (PFL-RJ)
2. Fernando Gonçalves (PTB-RJ)
3. Isaías Silvestre (PSB-MG)
4. João Batista (PP-SP)
5. João Correia (PMDB-AC)
6. Marcos Abramo (PP-SP)
7. Maurício Rabelo (PL-TO)
8. Neuton Lima (PTB-SP)
9. Paulo Baltazar (PSB-RJ)
10. Professor Irapuan Teixeira (PP-SP)
11. Reinaldo Gripp (PL-RJ)
12. Ricarte de Freitas (PTB-MT)
13. Vieira Reis (PRB-RJ)
14. Wellington Fagundes (PL-MT)
15. Zelinda Novaes (PFL-BA)
16. Reginaldo Germano (PP-BA) Este deputado não estava incluído no documento da Polícia Federal, mas o presidente Aldo resolveu incluí-lo em razão das notícias veiculadas na imprensa que citam o nome dele.

Deputados que não foram claramente identificados:

Deputados que não foram claramente identificados porque têm nomes repetidos na Câmara e foram solicitadas mais informações à PF.

1. Benedito
2. Heleno

Deputados que não serão investigados:

Deputados sobre os quais não foram constatados indícios nos documentos da Polícia Federal e que por isso não serão investigados:

1. Amauri Gasques (PL-SP)
2. Cleonâncio Fonseca (PP-SE)
3. Coriolano Sales (PFL-BA)
4. Dr. Ribamar Alves (PSB-MA)
5. Edson Ezequiel (PMDB-RJ)
6. Eduardo Gomes (PSDB-TO)
7. Eduardo Paes (PSDB-RJ)
8. Enivaldo Ribeiro (PP-PB)
9. Fernando Estima (PPS-SP)
10. Itamar Serpa (PSDB-RJ)
11. Jefferson Campos (PTB-SP)
12. João Caldas (PL-AL)
13. José Divino (PRB-RJ)
14. José Militão (PTB-MG)
15. Juíza Denise Frossard (PPS-RJ)
16. Junior Betão (PL-AC)
17. Laura Carneiro (PFL-RJ)
18. Lino Rossi (PP-MT)
19. Marcelino Fraga (PMDB-ES)
20. Marcelo Ortiz (PV-SP)
21. Mário Negromonte (PP-BA)
22. Nelio Dias (PP-RN)
23. Nelson Bornier (PMDB-RJ)
24. Osmânio Pereira (PTB-MG)
25. Paulo Magalhães (PFL-BA)
26. Pedro Henry (PP-MT)
27. Raimundo Santos (PL-PA)
28. Reinaldo Betão (PL-RJ)
29. Robério Nunes (PFL-BA)
30. Rodrigo Maia (PFL-RJ)
31. Severiano Alves (PDT-BA)
32. Silas Câmara (PTB-AM)
33. Thelma de Oliveira (PSDB-MT)
34. Vanderlei Assis (PP-SP)
35. Wanderval Santos (PL-SP)
36. Wellington Roberto (PL-PB)

Deputados que tiveram funcionários presos:

Deputados que tiveram funcionários presos na Operação Sanguessuga, mas a Corregedoria da Câmara aguarda informações para tomar providências:

1. Dr. Benedito Dias (PP-AP)
2. Edna Macedo (PTB-SP)
3. Eduardo Seabra (PTB-AP)
4. Elaine Costa (PTB-RJ)
5. João Mendes (PSB-RJ)
6. Pr. Pedro Ribeiro (PMDB-CE)

Deputados com funcionários acusados de receber dinheiro:

Deputados que tiveram funcionários acusados de receber dinheiro, mas que as investigações ainda não identificaram se eles agiam em nome do deputado:

1. Alceste Almeida (PTB-RR)
2. João Magalhães (PMDB-MG)
3. Nilton Capixaba (PTB-RO)

Da redação,
Com Agência Câmara