MV Bill participa de ação social na Região Metropolitana de Curitiba

Foi por pura necessidade em mostrar como vivem as crianças e adolescentes que trabalham para o tráfico que ele justifica ter feito o documentário. "Geralmente falam desse jovens de forma que me incomoda, sempre com os olhos tampados e de cabeça baixa. Não tive retorno financeiro por isso, pelo contrário, gastamos muito", conta. Para ele, a autenticidade com que foi feito o documentário chamou a atenção do público. Às críticas de que o documentário fazia apologia ao crime, respondeu que "são acusações carregadas de preconceito e racismo". E foi além. "Se tivesse sido feito pelo Gabriel, o Pensador, viraria arte e tiraria o caráter de banditismo que alguns colocaram". MV Bill aproveitou para comentar algumas das características marcantes em Falcão, como o papel da mãe na vida daqueles jovens. "Eles desconhecem a figura paterna, a mãe geralmente faz duplo papel." Pessoalmente, relata que o que mais chamou sua atenção foi a dor da perda por que elas passam quando seus filhos morrem por conta do tráfico.

MV Bill, que esteve em Curitiba há cinco anos, diz que antes de aportar na cidade pela primeira vez a conhecia como símbolo de qualidade de vida no País. "Mas naquela época, grupos de rap daqui já me falavam do crime como única oportunidade de vida para muitos meninos daqui. Visitei duas comunidades onde percebi essa situação, ainda que não tão crítica como é no Rio de Janeiro", conta. Em Curitiba, MV Bill oficializou apoio à campanha Um brinde à cidadania, da Fundação Honorina Valente, que busca angariar recursos para a construção de um centro de convivência na Vila Zumbi, em Colombo. O centro pretende atender crianças no período do contra turno escolar, com atividades recreativas, culturais e pedagógicas.

Fonte: Ligia Martoni – Paraná-Online