Peemedebistas do Paraná querem liberdade para alianças

Os peemedebistas do Paraná ainda não sabem como irão se posicionar na convenção marcada para o próximo sábado, dia 13, quando a direção nacional do partido pretende decidir o destino do partido na disputa presiden

O governador Roberto Requião (PMDB), outrora um entusiasta da candidatura própria do PMDB à Presidência da República, está repensando a posição e ainda não definiu uma orientação ao partido no Paraná. Mas alguns peemedebistas já começam a achar que Requião pode defender a liberdade partidária, sem o lançamento de candidatura própria e sem compromissos com outros palanques.

Em encontro na cidade de Guarapuava anteontem, o governador cogitou não comparecer à convenção. Conforme informou sua assessoria, diante das atuais circunstâncias, em que o pré-candidato, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, está em plena greve de fome e bombardeado por denúncias de irregularidades no financiamento de sua pré-campanha, Requião disse que é necessário, uma nova discussão sobre o futuro do partido.

Requião está acompanhando o movimento das alas peemedebistas, divididas entre os partidários da moribunda pré-candidatura de Garotinho, a ainda incerta pré-candidatura do ex-presidente Itamar Franco, e uma proposta de aliança que tanto pode pender para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como para a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O que Requião vê é que a candidatura de Garotinho está se esvaindo, junto com as energias do ex-governador, que não come há dez dias, e um ex-presidente da República que ameaça ser candidato, mas cujos antecedentes de candidaturas presidenciais não inspiram confiança. Em eleições anteriores, Itamar Franco já deixou todo o partido a ver navios, depois de passar meses garantindo que levaria a candidatura até o fim.

Sinais

Cabo eleitoral de Garotinho no Paraná, o deputado estadual Artagão de Mattos Leão Júnior é um dos que estão desembarcando da pré-candidatura do ex-governador fluminense. "Não estou mais me envolvendo no processo como antes", disse Artagão, justificando que não recebeu do pré-candidato as explicações necessárias sobre as denúncias feitas contra ele.

Mattos Leão Júnior disse que conversou com o governador sobre o assunto em Guarapuava. "Eu perguntei ao governador sobre a convenção e ele disse que, depois de tudo o que aconteceu, talvez restasse ao PMDB não ter candidato porque não tem outra opção", afirmou o deputado.

Delegado à convenção estadual, o deputado Caíto Quintana disse que, embora ainda não tenha havido um consenso do partido no Estado sobre a disputa presidencial, acredita que o melhor para o PMDB do Paraná seria que não houvesse um candidato peemedebista à sucessão de Lula. "Com estas candidaturas postas e nestas condições, deveríamos não lançar candidato, permitindo o fortalecimento do partido nas eleições estaduais", afirmou. Para Quintana, as duas pré-candidaturas não empolgam a base do partido.

Para o vice-governador Orlando Pessuti, a indefinição é resultado direto da falta de apelo das duas candidaturas. Pessuti apoiou a pré-candidatura de Germano Rigotto, que perdeu para Garotinho na consulta interna.

Fonte: Elizabete Castro – Paraná-Online