Tom Zé condena demagogia tucana em São Paulo

O cantor Tom Zé não gostou de ver a prefeitura de São Paulo usar a Virada Cultural para fins políticos. Em reportagem publicada neste sábado (20/05) em O Estado de S. Paulo, o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, dis

A segunda edição da Virada Cultural ocorre neste fim de semana. No ano passado, o evento lançado pelo governo Serra foi um fiasco,  com péssima organização e pouco público. O medo de um novo fracasso, ainda mais diante do estrago que o PCC causou na imagem do PSDB em geral — e na de Geraldo Alckmin em particular —, virou um fantasma para a prefeitura paulistana.

Se a crise de segurança pública “já está superada na cidade”, por que a Virada Cultural terá um megaesquema de policiamento, cujas características são mantidas sob sigilo?

Ao politizar um evento cultural e popular, Calil contradiz até entidades ligadas à direita e pró-tucanas, que se manifestaram contrárias ao uso político da violência. Nomeado por Serra e mantido no cargo por Gilberto Kassab, do PFL, o secretário pareceu esquecer que a Virada por pouco não foi cancelada. A decisão de manter as atrações envolveu várias instâncias do governo municipal.

Avesso a essa demagogia toda, Tom Zé — que tem show neste sábado — contestou a manobra. “Na outra Virada eu falei 'que bênção, essa prefeitura está restabelecendo o cordão umbilical entre os artistas e a periferia'. Agora, o governo simplesmente quer botar a gente como isca de perigo, para ajudar a resolver o problema dele. A hora de botar a gente como herói é errada.”

Por André Cintra,
da Redação