Presidente de Timor assume defesa e segurança

O presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, anunciou hoje (30) ter assumido a "responsabilidade principal" pelas áreas da defesa e segurança e anunciou um conjunto de medidas de emergência para pôr termo à onda d

Após dois dias de reunião do Conselho de Estado, Gusmão deu uma declaração à imprensa sem direito a perguntas. Ele contou ter aconselhado o primeiro-ministro Alkatiri a demitir os ministros da Defesa, Roque Rodrigues, e da Administração Interna, Rogério Lobato, cujas atuações na crise estão sendo muito criticadas. "Aconselhei o primeiro-ministro a considerar que os dois ministérios devem ter novas pessoas para lidar com a atual crise".

Possível estado de sítio

O presidente admitiu ainda a possibilidade de decretar o estado de sítio em Timor Leste, "em conformidade com os preceitos constitucionais devidos, como a necessária autorização prévia do Parlamento Nacional".

As medidas de emergência incluem a "entrega voluntária e imediata de armas de fogo, munições, explosivos, armas brancas ou qualquer equipamento militar às forças internacionais".

A crise em Timor Leste começou no final de abril, quando cerca de 600 ex-militares iniciaram um protesto contra discriminação nas Forças Armadas e pelo menos cinco pessoas morreram em confrontos.

Na última semana, a crise se agravou, e a violência que vinha de facções militares rebeldes se estendeu a grupos de civis armados. Dezenas de casas foram incendiadas, supermercados e órgãos públicos foram saqueados e pelo menos 27 pessoas morreram. Segundo as Nações Unidas, 60 mil moradores da capital Díli deixaram suas casas. Por não conseguir controlar a situação, a Presidência timorense solicitou ajuda militar e policial à Austrália, Nova Zelândia Portugal e Malásia, que já começou a atuar.

Fonte: agência Lusa