Sem Osmar, PFL oscila entre Taniguchi e o PPS

Em busca de uma saída ao emaranhado cenário eleitoral da oposição ao governo, o PFL está cogitando o lançamento do ex-prefeito de Curitiba Cassio Taniguchi ao governo.

A apresentação de Taniguchi na disputa foi defendida ontem por algumas alas na reunião da executiva estadual do PFL, realizada em Curitiba. O ex-prefeito, que planeja uma candidatura à Câmara dos Deputados, está sendo visto como uma alternativa para o partido se o senador Osmar Dias (PDT) decidir não concorrer ao Palácio Iguaçu.

Taniguchi surgiu também diante da falta de entusiasmo dos pefelistas com a opção tucana, o deputado federal Gustavo Fruet, que está sendo preparado para entrar na sucessão estadual no lugar de Osmar. A alternativa a Gustavo e à candidatura própria é uma aliança com o PPS, apoiando a pretensão do ex-deputado Rubens Bueno ao governo. Mas é um caminho que está condicionado ao não lançamento da candidatura do deputado Roberto Freire à presidência da República.

Conforme a regra da verticalização das coligações, se o PPS tiver candidato à sucessão presidencial somente poderá se aliar nos estados aos partidos que estiverem na composição nacional. Como o PFL já tem compromisso com a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), não poderia estar junto com o PPS no plano estadual. Alheios a estas amarras, por enquanto, as duas direções estaduais vêm conversando. "Estamos torcendo para publicar os proclamas", brincou o deputado Marcos Isfer, da direção do PPS.

Cenários

O deputado Durval Amaral, vice-presidente estadual do partido, afirmou que sem Osmar Dias no cenário, a oposição ao governador Roberto Requião (PMDB) tem que encontrar um jeito de forçar a realização de um segundo turno da eleição. "Eu sou a favor de colocar a eleição no segundo turno. E para isto acontecer, talvez requeira um número maior de candidatos. Uma coisa é com o Osmar candidato. Ele une a oposição. Sem ele, temos que pensar em outras soluções", analisou o dirigente estadual.

Amaral acha que se o caminho da oposição for erguer vários palanques, Taniguchi pode ser o candidato do PFL. Mas alerta que, antes dessa fórmula ser levada a cabo, é necessário que os partidos – PFL, PSDB, PP, PDT e PPS – firmem um pacto de apoio recíproco no segundo turno. "Neste caso, não pode haver vetos de um para outro. E defendo isso porque considero que a aliança de segundo turno começa já no primeiro turno", argumentou.

Aventura

A candidatura de Taniguchi é vista com reservas por outros setores do partido. O deputado Nelson Justus disse que o partido não pode sair por aí se aventurando como fez na eleição para a prefeitura de Curitiba, em 2004, quando lançou o ex-vereador Osmar Bertoldi para concorrer com o tucano Beto Richa. Bertoldi ficou em quarto lugar na eleição. Para Justus, a candidatura de Taniguchi somente se encaixaria eleitoralmente se o PFL conseguir o apoio de outros partidos, como o PSDB e o PDT. "Não pode sair sozinho. Se ele sair numa grande frente, é viável", afirmou.

O secretário geral do PFL, Élio Rusch, disse que há uma tendência no partido de aprovar uma candidatura própria se o acordo com o PDT e PSDB não vingar. "Se o Osmar não for, algumas lideranças querem candidatura própria. O Cássio é um nome forte", comentou.

Fonte: Elizabete Castro – Paraná-Online