Lula aponta o PCC como fruto da década perdida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a vincular a criminalidade aos efeitos sociais da política neoliberal. "Esses meninos que vocês vêem aí, de vez em quando, sendo presos na Febem, no PCC, são jovens, resultado da

Lula falou na cerimônia de inauguração do novo centro do Consórcio Social da Juventude do Grande ABC. Na ocasião, a Petrobras apresentou os 292 jovens aprendizes que contratou em São Paulo. Ele destacou que os investimentos na juventude são fundamentais para o desenvolvimento do país. "Vocês são o futuro da nação, precisamos começar a investir em vocês agora, ontem, antes de ontem, e não depois de amanhã, porque depois de amanhã possivelmente será tarde".

Segundo o presidente, entre 1980 e 2000, a economia brasileira passou por um período de estagnação. "O Brasil não vai jogar fora a oportunidade dele no século 21. O Brasil jogou fora no século 19, jogou fora no século 20, só pra vocês terem idéia, de 1980 a praticamente 2000, a economia brasileira esteve estagnada, ela não cresceu, ou cresceu muito pouco, é uma geração de jovens".

 

Universidade do A            BC funcionará em setembro

 

Em um Estado que foi governado até março pelo presidenciável Geraldo Alckmin, do PSDB, Lula lembrou a atla taxa de privatização do ensino universitário paulista. Apesar de São Paulo ser o estado mais rico do país, 82% dos universitários estudam em instituições particulares, observou o presidente, sem citar o seu provável concorrente na eleição de outubro.

 

O Ministério da Educação está implantando este ano a Universidade Federal do ABC (UABC), antiga reivindicação de Santo André e dos seis outros municípios da região.  A UABC começará a funcionar em setembro, oferecendo 1.500 vagas.

 

Para a contratação dos 120 professores da nova universidade, o presidente lembrou que foi exigida formação mínima de doutorado. "Para dar aula aqui não basta ser professor, tem que ser professor-doutor, porque vai ser uma universidade de muita qualidade, uma universidade de ponta, sobretudo uma universidade tecnológica", disse.

 

Lula recordou que a abertura de uma universidade federal na região é um projeto que nasceu da época em que ele era sindicalista, no município vizinho de São Bernardo do Campo. "Ainda quando dirigente sindical, na década de 70, não me conformava de ser a região do ABC uma das mais ricas do país e a gente não tinha uma universidade federal", comentou.

 

O presidente sublinhou que seu governo está criando quatro novas universidades federais, transformando seis faculdades em universidades e abrindo 43 novas extensões universitárias, até o final do ano. A previsão é de que sejam criadas também 32 escolas técnicas profissionalizantes.

 

ProUni chegará a 250 mil em junho

 

Além da criação da UABC, Lula destacou que o ProUni (Programa Universidade para Todos) também amplia o ensino gratuito, ao oferecer bolsas de estudos em faculdades privadas. Em São Paulo cerca de 64 mil estudantes são beneficiados pelo ProUni, sendo 40% afrodescendentes e 1,87% indígenas. Em todo o país, o ProUni atende cerca de 204 mil jovens, número que subirá para 250 mil a partir deste mês.

Lula reafirmou que os recursos destinados à educação são vistos em seu governo como investimento. "A gente gasta quando tem que construir uma cela numa prisão, educação é investimento porque é profissão, é sabedoria, é inteligência. E cada jovem que a gente formar, depois de quatro anos ele retribuirá, quem sabe em pouco tempo, quatro ou cinco vezes o que foi investido para a sua formação", defendeu.

 

O presidente deixou Santo André e seguiu para sua residência em São Bernardo do Campo, onde deverá passar o restante do final de semana.

 

Com agências