Gusmão obtém vitória em parlamento debilitado no Timor

Reduzido a 50 parlamentares, o legislativo do Timor Leste aprovou nesta segunda-feira medidas de emergência preconizadas pelo presidente Xanana Gusmão, que defendia a criação do Estado de Emergência e que queria para

38 parlamentares não compareceram à sessão por motivos de segurança e por "falhas de comunicação", segundo as agências internacionais. Mesmo a ausência desses parlamentares, a sessão plenária foi dada como legal.

A sessão foi aberta pelo presidente do Parlamento, Francisco Gutiérres, que leu uma mensagem do secretário-geral da ONU, Kofi Anan, em que pede ao povo do Timor Leste que se oponha àqueles que tentam dividir o país, explorando as diferenças regionais com o objetivo de destruir a paz e a democracia.

A Fretilin é a maior organização do parlamento timorense. Ela é a histórica organização de luta pela independência, e detém 55 cadeiras, enquanto o restante do Legislativo se divide entre vários partidos de oposição.

O resultado da votação é uma vitória de Gusmão sobre o atual primeiro-ministro, Mari Alkatiri, presidente do Fretilin.

O conflito começou quando 591 dos 1.400 homens do Exército foram demitidos, após uma manifestação considerada ilegal e racista por parte do alto comando do exército, realizada por alguns oficiais e soldados do oeste do país.

A demissão desencadeou uma onda de violência iniciada pelos soldados demitidos que matou até agora 30 pessoas e levou milhares de timorenses a procurar abrigo em campos de refugiados em Díli.

Nestes locais, com precárias condições de higiene, centenas de famílias que perderam tudo, ou têm medo de voltar para casa, vivem aglomeradas.

Timor Leste possui cerca de 1 milhão de habitantes e foi ocupado pela Indonésia entre 1975 e 1999, quando a população decidiu, por plebiscito, pela independência. A ONU permanece no país desde aquela época. São dezenas de etnias, com idiomas e dialetos diferentes, sendo que apenas 5% da população fala português.

Com agências internacionais