Doença sinistra mata mais duas pessoas na região de Imperatriz

Morreram ontem mais duas pessoas vitimadas pela doença misteriosa que atinge pelo menos nove municípios da região tocantina. Até agora a doença já matou nove pessoas, segundo as autoridades sanitárias que acompanham o caso.


Morreram ontem mais duas pessoas vitimadas pela doença misteriosa que atinge pelo menos nove municípios da região tocantina. Até agora a doença já matou nove pessoas, segundo as autoridades sanitárias que acompanham o caso.

Os dois novos óbitos foram confirmados pela direção do Hospital Municipal de Imperatriz (Socorrão), unidade em que ainda estão internados outros 12 pacientes com os sintomas da doença, que está sendo chamada pelos técnicos em saúde que a investigam de “síndrome neurológica a esclarecer”. A doença se caracteriza principalmente por inchaço e paralisia das pernas.

Os nomes dos pacientes mortos ontem não foram divulgados pela direção do Hospital Municipal nem pela Secretaria Municipal de Saúde. O Jornal Pequeno apurou que uma das vítimas é um adolescente de 15 anos morador do município de São Francisco do Brejão (a 64 km de Imperatriz).

Outros quatro mortos identificados pelo JP são: Reginaldo Freitas, Nilton Souza Gomes, Adaílson Alves da Silva e Desivaldo Lima da Conceição. Reginaldo, a primeira vítima fatal da doença, morava em Senador La Rocque (a 25 km de Imperatriz). Os outros três eram de Davinópolis, município que fica a 18 km de Imperatriz.

De acordo com um mapa da síndrome misteriosa, divulgado pela secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, oito municípios do sudoeste maranhense apresentaram casos suspeitos: Imperatriz, Davinópolis, Senador La Rocque, Buriticupu, Itinga, João Lisboa, Buritirana e Montes Altos. Com a morte, ontem, de um morador de São Francisco do Brejão, o município se inclui entre os que registraram casos da enfermidade.

Segundo o perfil das pessoas que contraíram a doença, estabelecido pela Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde, 96% dos pacientes são do sexo masculino e 33% são lavradores. Por conta desse perfil, duas das hipóteses mais fortes que estão sendo averiguadas pelos pesquisadores são intoxicação por agrotóxicos ou envenenamento por aguardente de cana.

Coletas de materiais (sangue, cabelos, líquor, vísceras) para a realização de exames laboratoriais já foram feitas por técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen), de São Luís, e pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), de Belém do Pará. Material coletado também foi enviado para ser analisado na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Não há previsão para os resultados dos testes serem divulgados.