Muca comemora aniversário de três anos na Candelária

O Movimento Unificado dos Camelôs (Muca) comemorou no dia 30, na Candelária, o terceiro aniversário de sua criação. O Muca foi fundado em 1º de julho de 2003 com o apoio da CUT. Participaram da festa camel&ocirc

A coordenadora do Muca, Maria de Lourdes dos Santos, afirmou no ato: “Cesar Maia quer acabar com os camelôs, mas não vai conseguir”.

Leia a seguir, entrevista de Maria dos Camelôs, em nome do MUCA, concedida a Nestor Cozetti, da Rede de Jornalistas Populares.

Como os camelôs podem se defender do modo como são criminalizados ao revenderem os produtos chamados 'piratas'?
Maria- Em primeiro lugar, eu não defendo a pirataria, eu defendo o direito ao trabalho, ou seja, defendo os trabalhadores. O direito universal ao trabalho, a ganhar o sustento de sua família. Apesar de achar que isso é uma besteira, o questionamento de que é pirataria, porque você vai à loja comprar um cd, por exemplo, e ele custa R$ 50, 60 e até 70 reais, e aí você, que é pobre, não vai poder comprar. E, neste caso de alto preço, estará sem o direito de ter acesso a essa cultura. O que parece feito de propósito, o preço, para somente o rico ter acesso.

Quais as razões que levam os ambulantes a fazer este tipo de trabalho?
Maria – O desemprego. Mas quero deixar bem claro que esta prática não é somente dos vendedores ambulantes. Todos sabemos que os estudantes tiram cópias de livros e isto também é pirataria, mesmo que não seja para vender. Enfim, todo mundo faz cópias de produtos, inclusive alguns para vender, para sobreviver.

Vocês sofrem muitos tipos de perseguição?
Maria – Sim, da Guarda Municipal que nos ataca fisicamente e rouba nossos produtos. Quando faz a apreensão das nossas mercadorias não o faz legalmente, como manda a lei, registrando o auto de apreensão e dando-nos uma cópia, o que seria o correto. Eles levam nossas mercadorias, roubam-nos e não nos devolvem mais, e, inclusive temos denúncias de que guardas municipais revendem nossas mercadorias.

Quais são as suas principais reivindicações?
Maria – A organização do comércio ambulante, a prefeitura nos cedendo espaços próprios no centro da cidade, com barracas padronizadas, todo mundo registrado direitinho como vendedor ambulante junto a um órgão competente, inclusive nos cobrando os devidos impostos. E que nós tenhamos o direito ao atendimento junto ao INSS, pois estaremos sendo contribuintes.

Fonte: CUT/RJ