Reino Unido desfaz gafe e apóia Brasil no Conselho de Segurança

A ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett, reafirmou ontem, (3/7) o apoio do país à pretensão brasileira de uma vaga como membro permanente no Conselho de Segurança (CS) da Organizaç&atild

“No mundo atual, não faz sentido um Conselho de Segurança da ONU que tenha a França como membro permanente, mas não a Alemanha; a China e não a Índia; a Rússia e não o Japão; o Reino Unido e não o Brasil”, afirmou a ministra em palestra na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Ela disse que o órgão deveria ser reformado para refletir o equilíbrio de poder atual e não as alianças firmadas depois da Segunda Guerra Mundial.

Com a citação do Brasil, a ministra britânica tenta corrigir a gafe do primeiro-ministro Tony Blair, que num discurso em Washington, no fim de maio, deixou o Brasil de fora ao defender a ampliação do Conselho. Na época, Blair citou Alemanha, Japão, Índia e “um representante da América Latina ou da África”, embora o país já tivesse declarado oficialmente apoio ao pleito brasileiro.

O ministro Celso Amorim chamou o embaixador britânico em seu gabinete para esclarecer o incidente, de acordo com o jornal britânico The Guardian .

À tarde, em entrevista coletiva depois de encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, quando perguntada que medidas práticas seu país estava disposto a tomar para recolocar o assunto em discussão na ONU a ministra limitou-se a elogiar o Brasil e a importância do país no cenário internacional.

“Temos a mente aberta sobre as idéias”, afirmou. Ela disse que países como o Brasil, com forte representatividade na comunidade internacional merecem o direito de integrar o Conselho.

Diversos países concordam com a necessidade de se reforçar o atual Conselho de Segurança — que tem como membros permanentes Reino Unido, França, Estados Unidos, China e Rússia — mas não existe uma proposta de consenso sobre que países devem integrar a versão ampliada do órgão. Em razão disso o debate sobre o tema foi esvaziado.

A visita de Margaret Beckett ao Brasil foi uma de suas primeiras viagens ao exterior desde que ela assumiu a pasta, há dois meses. Ela já havia visitado o Brasil em 2004, quando era ministra da Agricultura.

O ministro Amorim se disse lisonjeado por ela ter escolhido o Brasil para visitar e que o discurso de São Paulo mostra que Brasil e Reino Unido têm “a mesma visão de mundo”.