Reunião não soluciona impasse sobre vice-presidência da CUT

Segue sem solução o impasse criado pela Articulação Sindical (ArtSind), que decidiu retirar da Corrente Sindical Classista (CSC) a vice-presidência da CUT. Dirigentes das duas tendências voltaram a se reunir nesta q

O encontro foi amistoso, e a Articulação Sindical revelou a intenção de procurar uma saída para o impasse. A expectativa é de se chegar a uma solução até 1º de agosto — data em que a nova executiva nacional da CUT deve tomar posse.

As lideranças classistas reafirmaram que a redução do espaço político que conquistaram na CUT é inaceitável. Exigem a ampliação de suas posições como uma questão de democracia e afirmação do espírito plural da maior central sindical do Brasil.

No 9º Concut, realizado em junho —, a CSC respondeu por 20 % delegados (contra 16% no 8º Concut). Com esse crescimento, garantiu mais três vagas na nova direção nacional, saltando de cinco para oito.

Cobrando mudança de postura, os representantes da CSC relembraram a conduta hegemonista da Articulação Sindical no congresso estadual da CUT-Bahia, que provocou profunda indignação entre os sindicalistas classistas.

A CSC também lembrou que, na base do impasse, reside uma questão de natureza política, que remete ao caráter da CUT e à necessidade de unidade da classe trabalhadora brasileira na luta contra o retrocesso neoliberal e pela reeleição de Lula, que exige a mobilização imediata de toda militância sindical.

Antecedentes
A disputa pela vice-presidência da CUT é um reflexo das negociações feitas durante o 9º Concut. Tanto a CSC quanto a ArtSind lançaram chapas nas eleições para a direção da central. Vencedora do pleito, a Articulação ganhou mais força na disputa pela composição da diretoria, já que teve direito à maioria dos cargos.

Da parte da CSC, o metroviário Wagner Gomes, atual vice-presidente da CUT, foi indicado para continuar no cargo. A ArtSind, no entanto, manifestou preferência por uma sindicalista de sua própria corrente, ligada à Contag.

Na primeira reunião da executiva, em 21 de junho, as negociações não resultaram em acordo. Indignados com a proposta da Articulação, lideranças classistas chegaram a abandonar o encontro. A CSC, segunda força da CUT, não fez sequer indicações de nomes para a diretoria. Outras correntes e até mesmo lideranças da ArtSind se solidarizaram.

Um dia depois (22), o novo presidente da central, Artur Henrique, da Articulação, deu “sinais positivos” na tentativa de fechar um acordo. A reunião desta quinta-feira confirma o esforço da ArtSind para levar em conta as justas razões apontadas pela Corrente Sindical Classista.