Bastos recomenda fazer “estritamente o que manda lei”

Os ministros devem fazer "estritamente o que manda a lei" para evitar abusos dos servidores públicos durante a campanha pela reeleição do presidente Lula. Essa foi a recomendação do ministro da Justiça, Má

Segundo o porta-voz da Presidência da República, Bastos fez uma exposição sobre o que é permitido e o que é proibido no período eleitoral e um resumo das três diretrizes editadas pela Presidência: uma sobre a conduta dos servidores, outra sobre publicidade do governo e uma terceira sobre gastos públicos.
Na segunda parte da reunião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou dados da economia, especialmente sobre controle da inflação, cumprimento da meta de superávit primário e crescimento da economia.
Coube à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fazer um resumo sobre a ação do governo em várias áreas, como saúde, reforma agrária, habitação e programas sociais. Os ministros de cada área fizeram esclarecimentos ao longo da apresentação de Dilma, segundo Singer.
O presidente Lula fez comentários ao final das apresentações de Bastos e Mantega. Segundo o porta-voz, que falou aos jornalista ainda no andamento da reunião, os ministros têm "toda liberdade" para fazer campanha pelo presidente Lula, desde que fora do horário de expediente.

Ação de governo

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que a reunião de hoje foi de ação de governo. "Não é uma atividade de campanha", explicou. Segundo ela, o governo governará até 31 de dezembro e poderá fazer avaliação positiva de si mesmo.
A ministra disse que a orientação é de que, em atividades de campanha, os integrantes do governo, inclusive o presidente da República, podem fazer comparações com governos recentes. Já para atividades de governo, a orientação, segundo a ministra, é de se fazer comparações com períodos longos da história. "Isso não vai prejudicar em nada a avaliação do nosso desempenho", afirmou.

Para ela, todos os indicadores do governo são robustos, comparados a qualquer período histórico.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou as palavras da ministra, dizendo que, internamente, o governo pode fazer qualquer tipo de comparação, o que não pode é fazer externamente, comparando com o governo anterior. Mas considera "um absurdo" o governo não poder fazer uma avaliação positiva. "Seria a mesma coisa que dizer que ele só poderia divulgar o PIB se ele fosse negativo", afirmou.

Cabo eleitoral

Os dois ministros, que conversaram com os jornalistas no final da reunião, se mostraram dispostos a participar da campanha do presidente Lula, mas fizeram a ressalva de que só poderão dar sua colaboração em horários fora do expediente de trabalho. "Claro, eu sou cidadã, e ministra não é um ser extraterrestre", afirmou Dilma.

Mantega disse que, apesar de estar à disposição, talvez não tenha tempo para participar da eleição. "Fora do meu horário de trabalho, não tem problema subir em palanque, mas acho que não tenho o perfil adequado para comícios", afirmou.

Os líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso participaram da primeira parte da reunião. Estiveram presentes à reunião, além de Lula, Bastos, Rousseff e Mantega, o vice-presidente José Alencar e outros 27 ministros, incluindo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (que tem status de ministro).

As ausências foram dos ministros Gilberto Gil (Cultura) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que estão viajando, Luiz Marinho (Trabalho) e o advogado-geral da União, Álvaro Costa, por motivos pessoais.

Com agências