EUA dão luz verde para Israel continuar massacre no Líbano

Os Estados Unidos concederam o prazo de uma semana a Israel para que seja dada continuidade à agressão contra o Líbano, que já resultou em mais de 300 mortes e várias centenas de feridos, revelou hoje o diário britânico The Guardian.

O jornal usou como fonte declarações de um diplomata europeu de alto nível, que considerou que “estava clara a concessão por Washington de uma luz verde a Tel Aviv para agredir o seu vizinho do norte”.


O governo hebraico usa como pretexto para suas ações bélicas o suposto propósito de acabar com as bases da Resistência Islâmica, o braço armado do Hezbolá (Hizb Allah, Partido de Deus), que resistiu por anos à ocupação sionista no sul do Líbano, terminando por expulsar os invasores em 2000.


No entanto, os ataques perpetrados pela aviação, artilharia e marinha sionistas destróem paulatinamente a infraestrutura do país, em meio a um forte bloqueio aéreo, naval e terrestre e à fuga de mais de 700 mil pessoas, que correm para o norte fugindo da violência israelense.


O The Guardian revela que a Casa Branca deu uma data limite para Israel por fim à agressão militar, diante do temor de perder o controle no caso de um conflito prolongado e, somente depois disso, vai se unir às tímidas manifestações contrárias à agressão, feitas esta semana pela comunidade internacional.


Tanto na recém terminada cúpula do G8, realizada em São Petersburgo (Leningrado), como no Conselho de Segurança das Nações Unidas, os EUA se abstiveram de defender o cessar-fogo no Líbano.


Os representantes americanos fizeram outro movimento contrário, ao participar de uma reunião de ministros de Relações Exteriores da União Européia, realizada recentemente e que poderia terminar com a formação uma força de estabilização, a ser enviada ao território libanês, opção que Israel não aceita negociar de forma alguma.


A iniciativa foi proposta esta semana pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e debatida pela secretária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, que evitou fazer qualquer repúdio direto à agressão em seus comentários.


Benita acredita que a proposta da ONU é realista, mas “deve ser aprovada pelo Conselho de Segurança” da organização, e é ali que os EUA impedem toda e qualquer condenação a Israel.


A emissora de televisão alemã Deutsche Welle (DW), por sua vez, opinou que essa “força de pacificação” deveria contar com pelo menos dez mil militares, cinco vezes mais que a missão de observadores das Nações Unidas que está hoje em território libanês.


Entretanto, a DW reconhece que a nova força “poderia contar com um mandato expresso do Conselho de Segurança” para intervir no conflito, embora somente se refira à possibilidade de enfrentar a guerrilha do Hezbolá.


Para o analista alemão Jochen Hippler, citado pela emissora, a agressão israelense contra o Líbano viola o direito internacional. “Não é nada convincente justificar a guerra usando a captura de dois soldados de seu exército pelo Hezbolá”, explicou Hippler.


“As alegações de que o Hezbolá tem aumentado seu poderio militar são exageros e propaganda, além disso é incomparável o seu poderio com a agressão que 200 vôos diários causam ao Líbano. Lançar tantas bombas quanto as que foram lançadas podem fazer o país retroceder de 20 ou 30 anos”, condenou o analista.