PSB pede a cassação do mandato de Fernando Gabeira

O presidente do Partido Socialista Brasileira (PSB), Roberto Amaral, protocolou na tarde desta terça-feira (8) representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, com pedido de cassação do sub-relator da CPI dos Sanguessugas,

 



O deputado do PV acusou o partido de manter um esquema irregular para liberar emendas destinadas ao Programa de Inclusão Digital, do Ministério de Ciência e Tecnologia.


“Não é mais aceitável na Republica que a agressão a honra de pessoas e de partidos sejam instrumentos para catar votos, principalmente em ano eleitoral. Este artifício é leviano, é inaceitável. A honra alheia precisa ser respeitada. Ele (Fernando Gabeira) apresentou apenas ilações, fez acusações infundadas, sem se dar o luxo de apresentar provas”, afirmou Amaral, em entrevista à imprensa, logo após a protocolar o documento.


 


O Conselho de Ética da Casa vai analisar a representação.


 


“Eu espero que a Casa compreenda que ela tem de dar um basta na utilização fácil e leviana da agressão à honra alheia. As acusações podem ser feitas, aliás devem ser feitas, mas sempre com fundamentos. Fazer acusações apenas para ter mais espaço na mídia, em pleno ano eleitoral, é injustificável”, disse o presidente do PSB.


 


O deputado Fernando Gabeira disse que estava “tranqüilo” com a atitude do PSB e, em entrevista à imprensa, reafirmou as denúncias de que o Partido Socialista Brasileiro teria adquirido veículos superfaturados para o programa de inclusão digital do Ministério.


 


Roberto Amaral informou que em função das “acusações infundadas” de Gabeira, o partido vai mais além. Nesta quarta-feira, o PSB vai contratar dois escritórios de advocacia para entrar, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e no fórum cível, com um pedido de indenização contra Fernando Gabeira pelo desgaste que suas declarações provocaram no partido.


 


Amaral voltou a negar que seu partido tenha usado o Ministério de Ciência e Tecnologia para fazer “aparelhamento político”, como teria afirmado Gabeira. “Qual é a prova que ele (Gabeira) apresentou para dizer isso. O PSB está fazendo uma revolução no MCT. A afirmação de Gabeira é um desserviço ao desenvolvimento do país”, disse.


 


Ao ser indagado sobre as acusações também do deputado do PV de que o ex-secretário de Inclusão Digital do Ministério de Ciência e Tecnologia, Rodrigo Rollemberg, do PSB, não teria “carga teórica e política” para ter ocupado tal função, Amaral respondeu: “O cargo de Rollemberg não foi um cargo técnico, foi um cargo político. O cargo de secretário de Inclusão Social deve ser exercido politicamente, como determina a regra da República. Não é para ser usado partidariamente. Se ele tivesse ocupando no Ministério um cargo de carreira, ou de um técnico, aí sim haveria abuso do partido”, afirmou.


 


Em função das acusações, Rodrigo Rollemberg entregou esta tarde à CPMI dos Sanguessugas uma lista de emendas individuais executadas pelo ministério no ano passado. A documentação, segundo destacou o ex-secretário, comprova que todos os partidos, e não só o PSB, tiveram emendas aprovadas, num total de R$ 51,9 milhões.


 


Rollemberg disse ainda ser “natural que os parlamentares do PSB indiquem emendas para o ministério comandado por um integrante do partido”.



 


Fonte: A Tarde