Envio de maçãs reduz em 12% as cáries em meninos kaiowá

A maçã está sendo usada em uma aldeia indígena guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul para prevenir cáries e doenças nas gengivas de 150 crianças que vivem no local. O remédio inusitado já  conseguiu reduzir em 12% o número de cáries entre os índios da

A cada 15 dias, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) envia a fruta para a aldeia Cerrito, no município de Eldorado. O uso da fruta faz parte do Programa de Saúde Bucal, desenvolvido pela Funasa nas aldeias do país. O programa também inclui atendimento especializado e a escovação supervisionada por dentistas a cada semana.



A fruta também faz parte da merenda escolar e está sendo distribuída para as famílias indígenas consumirem em casa. A dentista Roselena Caseiro Lopes, que atua no projeto, explica que, pelo fato de a maçã ser um fruto consistente, ela ajuda na higienização e, por ser rica em vitaminas, fortalece os dentes.  “O alimento poderia ser a cenoura, mas escolhi a maçã pelo sabor e porque as crianças gostam muito”, disse.



As crianças guarani-kaiowá sul-matogrossenses podem ter outros motivos além da higiene bucal para apreciar as remessas quinzenais de maçãs. Privado de quase toda a terra ocupada por seus ancestrais, esse povo do principal tronco da população indígena brasileira tornou-se notícia no ano passado devido à morte de váriascrianças por desnutrição.


Os povos  indígenas apresentam o quadro de saúde típico dos brasileiros mais pobres das áreas rurais. Sua expectativa de vida é de 48 anos, enquanto a dos brasileiros não índios, segundo a Organização Mundial da Saúde, chega a 67 anos. Metade dos óbitos são de crianças de menos de 5 anos. Mais de um quarto dos óbitos ocorrem sem assistência médica. As causas mais freqüentes de óbitos são pneumonia, diarréias, malária, tuberculose, ou seja, tidas como doenças ''de pobre'', facilmente curáveis e preveníveis, mas fatais devido às deficiências dos serviços públicos de saúde.

Com informações da Agência Brasil