Aécio quer Alckmin mais agressivo contra Lula

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, uniu-se nesta terça-feira à ala da coligação PSDB-PFL que quer um discurso mais agressivo nas críticas ao governo Lula, no programa eleitoral do presidenciável tucano, Geraldo Alckmin. Aécio sugeriu que se leve à

“Geraldo Alckmin tem que ser o que ele é. Agora, lembrar os acontecimento destes um ano e meio que foram mais contundentes pode acontecer”, defendeu o governador tucano, que concorre à reeleição.



FHC e Cesar Maia concordam com Aécio



“Nada impede que no programa [de Alckmin] possa haver, não digo ofensas, porque isto não dá voto para ninguém, mas relembrar um pouco o que o país viveu, o nosso crescimento absolutamente precário em relação a outros países”, disse também Aécio, durante cerimônia de homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, em Resende (RJ), em ato por 30 anos da morte do político.



Entre os adeptos de uma maior agressividade, está também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, embora este não esteja na campanha nem no seu comando, desaconselhado devido ao seu alto índice de rejeição no eleitorado. O mais insistente, porém, é Cesar Maia, prefeito do Rio de Janeiro e ex-presidenciável do PFL.



Nesta terça-feira, o “ex-blog” de Cesar Maia voltou ao tema em seu editorial. Reclamou que Alckmin “comete erro” quando “se fixa em fazer afirmações mais ou menos genéricas do que fará, e se esquece de dizer ao eleitor porque não deve votar em Lula”. Para o prefeito carioca, “a chave da vitória da oposição é exaltar os erros e desvios do governo”.



Ataques podem “blindar” preferência por Lula



A tese é controvertida no comando da campanha Alckmin. Uma parte dos políticos e publicitários acha que uma linha de ataques a Lula pode ser vista como prova do inconformismo das elites com o presidente saído do povo, “blindando” a preferência pela reeleição, especialmente nas faixas de renda mais baixa e no Nordeste.



O fato é que o programa eleitoral de Alckmin passou a carregar na agressividade. Nesta terça-feira (22), ele mostra o depoimento de um homem na feira afirmando que Lula “não fez nada para o país em benefício do povo”. O próprio Alckmin apareceu comparando o PIB do Brasil com o de outros países sul-americanos no ano passado para dizer que “o governo não cria aqui dentro um ambiente favorável ao investimento” — embora sem citar a Venezuela de Hugo Chávez, que teve o maior crescimento do continente, 9,3%.



No programa para o rádio, a campanha Alckmin recorreu à ironia: “Você notou que na propaganda no programa da TV, Lula simplesmente esqueceu o PT? O vermelho desapareceu”, afirmou o locutor. “Por que será que Lula tem vergonha de assumir que ele é do PT?”, questionou.



Com agências