Para Marinho, fechamento da Volks “não combina” com realidade

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, recebeu com estranheza o anúncio da Volkswagen do Brasil, de que pode fechar sua fábrica na Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, no  ABC paulista. O ultimato foi dado pela montadora na segunda-feira,

Marinho reiterou que o governo federal está disposto a intermediar as negociações entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, “caso qualquer uma das partes achar necessário”. Mas apontou o momento atual da Volks como fruto de “uma série de erros estratégicos cometidos no passado”, que implicaram na perda de participação de mercado para outras fábricas. “O setor automobilístico no Brasil vive o melhor momento da história”, destacou.



“Quem é o exterminador de empregos”



O ministro aproveitou também para rebater as críticas do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, que acusou o presidente Lula de “exterminador de empregos”. “Estamos abertos às comparações para ver quem é o exterminador de empregos no Brasil, se é o nosso governo ou se é o PSDB”, disse.
O ministério divulgou os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do mês de julho, com o registro de 154 mil trabalhadores com carteira assinada no período.



No acumulado dos últimos três anos e sete meses de governo, conforme Marinho, foram gerados 4,5 milhões de empregos. Ele comparou que, em oito anos de governo do PSDB à frente da presidência da República, foram criados 870 mil empregos.



Sindicato da Força critica ameaça da Volks



O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, filiado à Força Sindical, divulgou nota nesta terça-feira criticando a ameaça da Volks de fechar a fábrica de São Bernardo caso os trabalhadores não aceitem um plano de reestruturação. O texto foi assinado por Eleno Bezerra, presidente do Sindicato, que possui em sua base muitas empresas que fornecem autopeças à Volks. Veja o texto:




“É inaceitável, sob todas as condições e hipóteses, a ameaça de fechamento da fábrica da Volkswagen do Brasil em São Bernardo do Campo, feita pela própria montadora. Tal ameaça é um atentado contra a estabilidade social. Custa-me acreditar que, depois de querer reduzir salários, cortar benefícios, demitir e terceirizar, a empresa decida jogar com as vidas de milhares de famílias que dependem diretamente dela para viver, ameaçar a sobrevivência de fornecedores e os empregos de seus respectivos funcionários, prejudicar o comércio regional.



A Volks é uma das multinacionais instaladas no Brasil mais beneficiadas com incentivos fiscais do município, do Estado e com recursos do BNDES. Ela tem, no mínimo, a obrigação de garantir empregos e cumprir com a sua função social. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região, filiados à Força Sindical, solidarizam-se com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e os trabalhadores da Volks e colocam à disposição toda a sua estrutura para enfrentar a montadora. Ao mesmo tempo, apóiam as ações dos trabalhadores da empresa em defesa dos seus empregos e direitos. Acredito em uma saída negociável, isto é, que não seja benéfica apenas para a empresa e, sim, para os trabalhadores”.



Com agências