Para Tarso, FHC prega impeachment por “solidão e desequilíbrio”

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, acusou nesta terça-feira (22) o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de estar “desequilibrado politicamente”, devido à devido à “solidão” em que se encontra, ao ser “escondido” pelo PSDB-PFL na campa

O ministro procurou os jornalistas no Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto especificamente para responder às críticas feitas por FHC  em um debate sobre “Ética e Política”, na noite de segunda-feira em São Paulo. “Fomos surpreendidos com uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique que causou espécie”, iniciou o ministro. “Ele demonstrou visível desequilíbrio político”.
“Escondido pelos companheiros”
“Fernando Henrique está desequilibrado porque vem sendo escondido por seus companheiros do PSDB, e seu governo é ignorado”, assegurou Tarso. “Seu governo não é exibido como laranja de amostra pelos candidatos de seu partido. Há um divórcio entre seu governo e o candidato de seu partido”, agregou.
Irônico, Tarso Genro avaliou que “é uma angustiada manifestação de solidão, que ele faz de uma maneira agressiva contra o presidente Lula e contra o governo. Não é adequada à função que ele exerceu no país e nem à respeitabilidade que ele tem na esfera da política”, concluiu o ministro.
“Ele mostra suas baterias contra nosso governo de uma forma totalmente extemporânea no momento eleitoral, rememorando a possibilidade de impedimento”, disse Tarso Genro. “Levantar uma questão como essa significa que ele está desequilibrado politicamente”.



FHC insiste em mais agressividade



O ex-presidente fez a defesa do impeachment para um público fechado, de cerca de 200 simpatizantes do PSDB. Admitiu que “passou o momento, agora é ganhar a eleição”, dizendo que foi na crise política do ano passado que era preciso “alguém que grite 'basta' com força”, para obter o afastamento do presidente. E citou como exemplo o ex-deputado Roberto Jefferson, cassado por corrupção.



FHC insistiu também que a campanha de Alckmin seja “mais agressiva”. A expectativa é que no horário eleitoral gratuito seja possível transmitir uma mensagem mais firme para que a população possa sentir que tem um interlocutor válido. O partido tem que tomar uma posição mais agressiva, mais atuante”, aconselhou.


O último momento em que Fernando Henrique esteve em evidência na mídia foi no início de março, quando compôs o grupo de tucanos encarregado de desempatar a disputa entre Alckmin e José Serra, para ver qual seria o candidato presidencial do partido. Depois disso, seus correligionários evitam dar-lhe visibilidade, temendo contaminar a candidatura Alckmin, devido à elevada rejeição do governo FHC no eleitorado. O ex-presidente não aparece no programa eleitoral de Alckmin na TV, bem em comícios e outros eventos de campanha.



Com agências