Recompra de dívida externa economizará US$ 9,3 bi

O governo federal vai economizar US$ 9,28 bilhões nos próximos quatro anos graças à recompra de papéis da dívida externa brasileira, de acordo com a estimativa feita pelo Tesouro. Esse ganho é resultado das compras antecipadas de títulos externos que o go

A estratégia do governo diminuiu em US$ 1,78 bilhão o fluxo de desembolsos com juros e em US$ 7,5 bilhões os pagamentos de principal (valor original da dívida) entre 2007 e 2010. Esse cálculo, porém, não inclui gastos com as emissões feitas na troca desses títulos nem o diferencial entre as taxas de juros internas e externas, o que reduz significativamente os ganhos do governo.



Até o final de junho, o Tesouro já havia retirado US$ 12,7 bilhões do mercado. Graças às recompras, a dívida externa do Tesouro Nacional caiu de US$ 75,8 bilhões, em dezembro de 2005, para US$ 64,7 bilhões em junho — data do último dado disponível.



A maior operação feita até agora foi em abril, com a de recompra dos bradies. Estes papéis, que tomaram o nome do então secretário do Tesouro dos Estados Unidos, serviram para a rolagem das dívidas do Terceiro Mundo durante a crise da dívida externa, nos anos 80.



Além disso, o governo anunciou que comprará todos os títulos com vencimento até 2010. Até junho, já haviam sido adquiridos US$ 4,4 bilhões. O Tesouro também fez recompra e troca de papéis que totalizaram US$ 1,8 bilhão. Somadas, essas operações devem chegar a US$ 20 bilhões no fim do ano.



A redução na dívida externa tem sido apresentada pelo governo como uma das conquistas mais importantes do governo do presidente Lula na área econômica. O ministro Guido Mantega (Fazenda) não se cansa de comemorar a redução da vulnerabilidade externa do país. O discurso do governo é que, com a redução da dívida em dólar, o país será menos afetado por crises internacionais, já que não precisará atrair tanta moeda estrangeira para se financiar.  Ao lado da tutela do FMI, a dívida experna tem sido um símbolo histórico da dependência econômica do Brasil, exaustivamente denunciado pelos movimentos populares.


Com informações do Conesul News