Parlamentos do Brasil e da China vão firmar acordo de cooperação
Na próxima quarta-feira, representantes dos Parlamentos do Brasil e da China, assinarão acordo de cooperação para a troca de informações sobre o funcionamento das instituições políticas dos dois países.
Publicado 25/08/2006 17:07
O embaixador chinês no Brasil, Chen Duqing, explicou à Agência Câmara, que este é o primeiro acordo nesses moldes, assinado pela China com um país latino-americano.
Segundo ele, “queremos compartilhar experiências sobre o funcionamento dos dois parlamentos, para aprofundar as relações políticas e comerciais”.
Chen Duqing informou que o presidente do Comitê Permanente da Assembléia Popular da China, Wu Bangguo, estará em Brasília. Ele explicou que o comitê é integrado por 160 parlamentares e funciona como um núcleo do Parlamento, que tem mias de três mil integrantes.
Além disso, 80 empresários chineses integrarão a comitiva, de olho no incremento das relações comerciais que em 2005, atingiu US$ 12,7 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para o embaixador chinês, os dois países podem atingir um volume de US$ 20 bilhões nas trocas comerciais.
“Mesmo assim, essa estimativa não representaria 1% do comércio externo da China, que, no ano passado, foi de US$ 1,42 trilhão. Somando a população da China com a população do Brasil, fica acima de 1,5 bilhão de pessoas. Então essa cifra não significa nada, embora já exista um crescimento substancial entre as partes”, explicou.
Ele revelou que a China tem especial interesse no fortalecimento das parcerias na área de infra-estrutura, em projetos de modernização de portos, usinas e rodovias.
Duqing destacou três projetos que podem ser desenvolvidos em conjunto, como a construção da Fase C da Usina Termelétrica Presidente Médici, em Candiota (RS); a construção do primeiro trecho do gasoduto que vai as regiões Sudeste e Nordeste (a licitação foi vencida pela estatal chinesa de petróleo Sinopec); e o acordo que permitiu o lançamento de dois satélites CBERS sino-brasileiros.
Na sua avaliação, o fortalecimento dessas parcerias passa pela criação de joint ventures, como fazem as multinacionais dos Estados Unidos e empresas brasileiras, como a Embraer.
“Quando falamos da compra, não é exatamente o que você produz aqui e vende para lá. Pode montar empresa lá para vender lá. Não só vende para a China, como pode vender para a Ásia. A China pode entrar na cadeia de produção daqui e o Brasil pode entrar na cadeia de produção da China”, acentuou.
Fonte: InfoRel