Afegãos denunciam ataque da OTAN que matou 13 civis

Segundo os sobreviventes, o ataque ocorreu perto da aldeia de Chogra, onde desde junho as tropas britânicas são alvo freqüente de ataques da resistência.

Os sobreviventes afegãos de um ataque aéreo das forças de ocupação do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) acusam os ocupantes, liderados pelas forças armadas americanas, pela morte de 13 civis, incluindo nove crianças, em um lugar próximo a uma guarnição britânica na província de Helmand.


 


Testemunhas e parentes das vítimas contaram ao jornal britânico The Independent como 13 pessoas de uma mesma família e outros três adultos que tentavam fugir dos ataque em uma caminhonete alugada foram atacados por um avião militar, em 31 de julho.


 


“Paramos o carro”, contou Abdul Habib, um dos sobreviventes. “O avião lançou uma bomba que caiu diante de onde estávamos e depois desapareceu. Pouco depois voltamos a andar e o avião reapareceu. Disse a minhas mulheres que ficassem de pé para que o piloto as visse, mas nesse momento ele abriu fogo”, relatou.


 


Segundo os sobreviventes, o ataque ocorreu perto da aldeia de Chogra, ao norte da guarnição de Moussa Kala, onde desde junho as tropas britânicas foram alvo freqüente de ataques.


 


Funcionários do Pacto do Atlântico Norte citados pelo jornal disseram que os dois ataques foram perpetrados por aviões A-10, armados com um canhão de 30 milímetros capaz de destruir veículos blindados. Eles alegaram o mesmo de sempre: “que haviam sido identificadas forças talibãs”, e não civis, que “fugiam após lançarem um ataque contra os britânicos”, argumento repetido pela mídia internacional sempre que as forças de ocupação assassinam civis.


 


O sobrevivente citado pelo jornal, que foi ferido em várias partes do corpo, disse que suas duas esposas, de 27 e 25 anos, e seus nove filhos, com idades entre dois meses e dez anos, morreram no ataque. Segundo Abdul Habib, a família tentava sair de Moussa Kala para viver com um parente no distrito de Baghran, no norte da Província.


 


A equipe de um hospital de emergência próximo disse ao periódico que o número de pacientes admitidos em julho, 227, foi o dobro do registrado no mês anterior, e que a maioria, entre eles mulheres e crianças, tinha sofrido ferimentos traumáticos provocados por explosões.