Lula para intelectuais: o povo agora tem voz própria

Num pronunciamento de 50 minutos para dezenas de intelectuais que se reuniram hoje (28), em São Paulo, para apoiar a sua reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço de sua gestão e apontou a redução da desigualdade social e a eleva

 


Economia, educação, saúde, distribuição de renda e relações exteriores foram alguns dos outros temas abordados por Lula. E ele manifestou a sua convicção de que, em todos esses pontos, o governo avançou mais do que se esperava. “Peguem o programa de governo que o PT apresentou na campanha passada. Vocês verão que nós superamos a maioria das metas. E outras no mínimo igualamos”. O presidente reconheceu, porém, que ainda há muito a se fazer. “Um mandato é pouco para construir o Brasil que todos nós sonhamos. Mas estamos a caminho. O mais difícil já foi feito”.


 


Lula citou então dados como a redução da desigualdade social – a menor dos últimos 29 anos -, o aumento do poder de compra da população, a criação de programas como o Bolsa Família e o Brasil Sorridente e, principalmente, a conquista da estabilidade econômica. “O Brasil está hoje mais forte do ponto de vista econômico e social”, concluiu. Por isso, ele acredita que o país tem tudo para viver um novo ciclo de desenvolvimento nos próximos quatro anos. “Nunca tivemos um momento tão bom para dar o passo seguinte. Nós não podemos desperdiçar esse momento”, afirmou.


 


O presidente também falou que chegou ao governo para ser diferente dos seus antecessores e tem honrado esse compromisso. “Fui o primeiro presidente a indicar para a Procuradoria Geral da República alguém que não conhecia pessoalmente. E, hoje, não só a Procuradoria, como também a Polícia Federal, o Ministério Público e a Controladoria Geral da União trabalham com total independência. Tudo é investigado e apurado. E quem errou, que seja punido”.


 


A necessidade de uma reforma política voltou a ser abordada pelo presidente. Ele ressaltou que estimulará o consenso e o diálogo em torno do tema e completou: “Nós precisamos de uma reforma profunda. Ela vai significar um aperfeiçoamento da nossa democracia, na medida em que garantirá mais moralidade à política”.


 


Lula lembrou também as dificuldades que enfrentou desde o primeiro dia de governo, citando os preconceitos que enfrentou e ainda enfrenta por parte daqueles que acreditavam no seu fracasso e, agora, “não se conformam em ver que o Brasil avançou”. E, mais uma vez, reafirmou sua convicção num crescimento mais acelerado do país nos próximos quatro anos, graças aos avanços que estão sendo implementados em áreas como a saúde, à educação e a ciência e tecnologia.


 


O encontro com os intelectuais, realizado no Hotel Sofitel, foi aberto pelo Assessor Especial de Relações Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Ele anunciou o lançamento do Programa de Governo 2007-2010 nesta terça-feira (29), também em São Paulo, e adiantou que o plano avalia o atual estágio do Brasil e aponta os eixos prioritários para um segundo governo de Lula.


 


Em seguida, vários dos intelectuais presentes usaram a palavra para manifestar o seu apoio à reeleição do presidente e, de maneira informal, apresentar propostas para um segundo mandato. Entre eles, os escritores Ariano Suassuna,  Luiz Felipe de Alencastro e Paulo Lins,  a filósofa Marilena Chauí, a cientista política Sônia Fleury, o escritor e rapper Ferréz, a psicanalista e ensaísta Maria Rita Kehl, o economista Paulo Nogueira Batista e a historiadora Vânia Santana.


 


O encontro reuniu ainda os ministros Luis Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Tarso Genro (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Matilde Ribeiro (Secretaria para Políticas de Promoção da Igualdade), além de personalidades como Márcia Camargo, Márcia Polttman, Maria Regina Soares Lima, Moniz Sodré, Lúcia Ribeiro de Souza, Rui Otake, Paul Singer, Renato Janine Ribeiro, Ricardo Carneiro, Ricardo Rezende, Frei Betto e João Sayad.


 


Fonte: www.pt.org.br