China terá mais poder de voto no FMI e petróleo da Venezuela

Duas boas notícias para a retumbante economia chinesa. O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que dará mais poder de voto ao país, bem como a México, Turquia e Coréia do Sul. A China também fechou acordos com Hugo Chávez para

No caso do FMI, a decisão é parte da maior reforma do organismo desde sua fundação e consagra países que estão pouco representados em seus órgãos de decisão. Para que seja efetivo, o aumento do poder dos quatro países emergentes deve ser ratificado pela Assembléia de Governadores do FMI, que se reunirá em 19 e 20 de setembro, em Cingapura.


 


No entanto, trata-se de uma mera formalidade, pois os diretores executivos que aprovaram a medida já representam as 184 nações que integrantes do Fundo. O México passará a ter 1,196% de poder de voto, a Coréia do Sul terá 0,76%, a China 2,93% e a Turquia 0,548%, disse à Efe uma fonte da instituição. O diretório do FMI escolheu esses países por serem os que tinham menos poder em relação ao tamanho de suas economias.


 


Para que o aumento seja concretizado, os quatro países deverão aumentar suas contribuições econômicas ao Fundo. O aumento do poder de voto indica o primeiro passo de um processo de reforma mais ambicioso, que tem como objetivo repartir o poder no organismo para refletir melhor o papel de cada país na economia mundial.


 


Cooperação
Já as negociações com a Venezuela foram frutos da visita de Hugo Chávez ao país. A China tem estabelecido relações cada vez mais estreitas com o governo venezuelano.
Mesmo que o maior interesse da última viagem fosse diplomático, a economia e o petróleo também foram assuntos estratégicos.


 


Durante a visita de cinco dias, Chávez acordou com o presidente chinês Hu Jintao em triplicar as exportações de petróleo venezuelano ao país asiático até o ano de 2009. De acordo com o presidente venezuelano, seu país enviaria meio milhão de barris por dia e, na próxima década, alcançaria a marca de um milhão de barris diários. Atualmente, a Venezuela exporta 150 mil barris por dia ao país asiático.


 


A projeção vem em boa hora para ambos os países. A China necessita aumentar as importações, e a Venezuela se apresenta como fornecedor. Para o governo venezuelano, que vive sob intenso enfrentamento com o governo de Washington, é fundamental estreitar relações com outro grande pólo consumidor de energia para romper com a dependência das exportações aos Estados Unidos.


 


Diariamente os americanos recebem 1,5 milhão de barris de petróleo venezuelano, aproximadamente a metade da produção do país, que é o quinto maior exportador mundial. Por outro lado, a China, que é o segundo maior consumidor, atrás dos Estados Unidos, importa 50% do combustível necessário e necessita aumentar as importações para abastecer o crescente setor automotivo.


 


Se confirmada as estimativas, somado ao que já é explorado no país, as reservas petrolíferas venezuelanas totalizariam 315 milhões de barris. Com isso, a Venezuela passaria a ser o principal produtor mundial de petróleo, superando a Arábia Saudita, que tem reserva de 262 milhões de barris.


 


Dilpomacia
Os progressos da China avançam para a are diplomática. O país está disposto a desenvolver uma associação estratégica baseada na paz e na prosperidade com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), segundo um alto funcionário do Partido Comunista da China (PCCh), informou a agência Xinhua.


 


A fonte oficial chinesa citou Li Changchun, membro do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do PCCh, que falou após uma reunião com o secretário-geral da Asean, Ong Keng Yong. Ong destacou o papel que a China pode desempenhar na cooperação entre os membros da Associação, destacou a Xinhua. Mas não mencionou um eventual pedido para que a diplomacia chinesa exerça sua influência sobre a Junta Militar de Mianmar a fim de melhorar as relações entre os membros do bloco.


 


O secretário-geral participou da Semana Cultural da Asean, em Pequim. O evento abriu o Festival de Arte Asiática, do qual participam 22 países do continente, com 121 grupos artísticos, e que este ano tem como lema “Aprender uns com os outros, evoluir em harmonia”.


 


Segundo Li, a China está disposta a desenvolver uma parceria baseada nos cinco princípios de coexistência pacífica e do tratado de amizade e cooperação assinado em 1976. A Asean é formada por Brunei, Camboja, Indonésia, Malásia, Mianmar, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Filipinas e Laos.