PC da Rússia vai lutar por 25% dos votos em eleições regionais
O Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) anunciou nesta segunda-feira que pretende obter 25% dos votos válidos nas próximas eleições regionais, em meio a uma intensa campanha pelo controle do parlamento do país, a Duma.
Publicado 04/09/2006 15:28
“Iniciamos esse novo ano político com uma sólida proposta de desenvolvimento sócio-econômico para o país, que abrange a indústria, a educação, a saúde e a ciência”, assegurou durante coletiva de imprensa o presidente do partido, Guennadi Ziuganov.
Ao referir-se ao documento que apresenta a proposta do PCFR, Ziuganov disse que “chegou o momento de reverter a situação em escala nacional, recuperar a confiança na Rússia e o respeito da comunidade internacional”.
O líder da bancada comunista na Duma (a Câmara Baixa do parlamento) afirmou que seu partido se prepara para as eleições de outubro e continua a batalha pela preservação das conquistas sociais no setor de educação.
Indicou que junto aos sindicatos promovem protestos contra as novas tentativas de privatização do sistema educacional, em particular das chamadas “instituições autônomas”.
Tecnologia especial
Sobre a renhida campanha eleitoral que se aproxima, o vice-presidente do PCFR, Iván Mielnikov, assinalou que a direção partidária calcula que o resultado dos comunistas na eleição oscilará entre os 15% e 25% dos votos.
Mielnikov observou que, apesar das pressões sobre os dirigentes e candidatos, assim como os vastos recursos do partido situacionista Rússia Unida, poderiam obter um resultado total ao redor desses números, mas observou também que em duas regiões o total será superior a 25%.
Mielnikov revelou também que o PCFR elabora uma tecnologia especial para o acompanhamento das eleições nas regiões e para o processamento dos votos, como uma preliminar para as eleições federais parlamentares de 2007.
O deputado comunista disse também que a Rússia Unida está redobrando sua ação para tentar dominar mais uma vez o “pacote de votos” para a Duma federal.
De maneira paralela, os dirigentes comunistas anunciaram também que colocarão em prática um plano de mobilizações em escala nacional durante estê mês, contra a presença de efetivos da OTAN em território russo.
Para o dia 14 de setembro está previsto um protesto diante da sede do governo em Moscou e da embaixada dos Estados Unidos, em repúdio às anunciadas manobra miolitares Torgay 2006, a serem realizadas em Nijegorod.
Também foi anunciada uma concentração diante do monumento a Karl Marx, situado no centro de Moscou.
Ziuganov foi enfático ao apontar que não existem bases legais para a realização de tais exercícios e da presença de tropas americanas “com armas nas mãoes em território da Federação Russa”.