Inflação oficial cai de 0,19% para 0,05%

A inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), caiu de 0,19% em julho para 0,05% em agosto. O número, divulgado nesta quarta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ficou bem abaixo do p

Para setembro, as únicas pressões já conhecidas sobre o IPCA são o reajuste da taxa de água e esgoto em São Paulo (6% em 31 de agosto) e o da energia elétrica em Brasília (7,5%). A informação foi prestada pela coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.



Os números apontam para uma inflação bem abaixo da meta de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). E reforçam os questionamentos em torno da política conservadora do Copom, subordinado ao CMN, na definição das taxas de juros. Apesar da inflação estabilizada em níveis de Primeiro Mundo, o Brasil continua a praticar as mais altas taxas de juros reais do planeta.


 


Deflação em cinco das nove regiões



O IPCA do mês passado é o mais baixo desde agosto de 1998, no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso. Na época, a “âncora cambial” mantinha o real artificialmente valorizado em relação ao dólar, como forma de contanção inflacionária. O expediente deixou de funcionar no fim daquele ano.


 


O IBGE atribuiu a redução principalmente, ao grupo Transportes, onde os preços subiram 0,37% em julho e baixaram 0,32% em agosto. A gasolina, após alta de 0,81% em julho, caiu 0,40%. No álcool, a taxa passou de 1,04% para -0,80%. Também cairam: multa (-16,46%), passagens aéreas (-1,97%), automóveis novos (-0,60%) e usados (-0,50%). Fora do grupo Transportes, houve redução dos preços em TV e Som (-1,23%), telefone fixo (-0,54%), artigos de limpeza (-0,30%), artigos de higiene pessoal (-0,22%), energia elétrica (-0,16%) e remédios (-0,14%).

Das nove regiões metropolitanas pesquisadas para o IPCA, Goiânia apresentou maior elevação de preços, 0,38%, seguida pelo Rio de Janeiro, com 0,28%. No outro extremo, Salvador, Fortaleza, Recife, Curitiba e Belém registraram deflação (queda dos preços) em agosto; na pesquisa de Julho, apenas Salvador apresentava deflação.



INPC ficou abaixo de zero



Ficou abaixo de zero — -0,02% — a variação do INPC, índice de preços ao consumidor, também medido pelo IBGE e que entra na composição do IPCA. Em julho ele foi de 0,11%. Com isso, o acumulado no ano (1,16%) ficou bem inferior ao do mesmo período do ano passado (3,31%). Já o acumulado nos últimos doze meses (2,85%) ficou próximo dos doze meses imediatamente anteriores (2,87%).



Influiram para este resultado os produtos alimentícios, apresentaram queda (-0,27%). Já os produtos não alimentícios subiram 0,07%. O maior índice regional foi registrado no Rio de Janeiro (0,26%). O menor resultado foi registrado em Belém (-0,50%). Recife, Porto Alegre, Salvador, Brasília, Curitiba e Fortaleza também tiveram INPC negativo. A maior alta, no Rio de Janeiro, foi de 0,26%.


 


Com informações do IBGE