Amorim vê “sinal positivo” em postura dos EUA na crise da OMC

 O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, enxergou um sinal positivo quando a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, declarou que seu governo será flexível em relação à retomada da Rodada de Doha se os demais países também

“Manter vivo é muito importante porque mostra que estamos todos engajados, estamos todos dialogando. Cada um vai para casa e vai refletir e ver aonde pode ter uma flexibilidade adicional”, analisou.



O encontro do G-20



O encontro deste fim de semana, chamado pelo grupo de países em desenvolvimento que exigem a redução dos subsídios agrícolas nos países ricos, o G-20, não avançou porque esse não era o seu objetivo, avaliou o chanceler. “Estamos testando possibilidades e vendo disposições. Sobre esse aspecto politico, a reunião foi muito boa”, explicou.



A rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi suspensa em julho passado, depois que as conversações chegaram a um impasse. A crise sem precedentes — nem sequer foi prevista uma retomada das negociações — foi atribuída à intransigência dos países ricos, em especial os EUA.



Amorim frisou que o G-20 mostrou nessa reunião do Rio de Janeiro que a Rodada de Doha está viva, mas não garantida. A unanimidade entre todos os participantes é que foram muitas as conquistas já alcançadas e que elas não devem ser desconsideradas.



Agenda bilateral com os EUA



Amorim não crê em um avanço expressivo antes de novembro, quando serão realizadas eleições legislativas nos Estados Unidos. “Mas isso não quer dizer que  esteja travado, ou seja, que não tem possibilidade de avançar”, observou.



De acordo com o ministro, no encontro bilateral mantido no domingo (10) com o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, foram discutidos assuntos como frango salgado e a integração do bloco europeu com o Mercosul. Para Amorim, no entanto, o sinal é claro para ambos: “a nossa prioridade é a Organização Mundial do Comércio (OMC)”. Isso, segundo ele, não impede que tenham continuidade os encontros bilaterais. Uma nova reunião técnica já está agendada para os dias 9 e 10 de outubro, para continuar trabalhando sobre o tema.