Ataques a Lula não surtem efeito, diz cientista político

A elevação do tom dos ataques ao presidente Lula pela campanha do candidato tucano, Geraldo Alckmin, não será suficiente para que a eleição seja decidida no segundo turno, segundo avaliação do cientista político da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo

Segundo ele, isso é demonstrado pela subida das intenções de votos do candidato do PSDB nas últimas pesquisas que, para o cientista, não passa de uma recuperação. ''Em julho o Alckmin estava no mesmo patamar e o Lula estava com 44%. Nesse processo, se alguém cresceu, de fato, foi o Lula'', disse, ressaltando que para chegar ao segundo turno Alckmin terá que ''roubar'' votos do presidente da República.



 
Para isso, segundo Teixeira, o candidato do PSDB precisará criar um discurso que se sobreponha aos principais instrumentos de convencimento de eleitores do Lula: o Bolsa-Família e os demais programas sociais do governo. ''Ele precisa estabelecer algum debate alternativo ao Bolsa-Família, o que já tentou fazer, mas sem sucesso'', diz.



 
''O que noto é uma movimentação que se dá apenas dentro do espectro da oposição, com uma transferência de votos da Heloísa Helena para o Alckmin e vice-versa. Para chegar a um segundo turno, o Alckmin tem que provocar alguma erosão na base de votos do presidente'', afirma Teixeira.



 
Para ele, entretanto, essa é uma tarefa ''árdua'', que fica bem exemplificada pelo porcentual de votos espontâneos que Lula tem. Segundo a pesquisa do Datafolha divulgada ontem, as intenções de votos espontâneas no presidente estão em 40%, contra 17% registradas para o tucano. ''Isso mostra que mesmo o eleitor de classe média que vota no Lula está bastante seguro do seu voto'', analisa.


 


Fonte: Agência Estado