Petrobras vai à Justiça contra governo boliviano

Nesta quarta-feira, técnicos da Petrobrás e da boliviana YPFB, realizaram em Santa Cruz de La Sierra, a quinta reunião de negociação sobre o preço do gás, mas nesta quinta, a estatal brasileira foi surpreendida com a decisão do ministro dos Hidrocarboneto

Petrobras e YPFB haviam marcado a próxima reunião de negociação para o dia 29, também em Santa Cruz, mas a Petrobras ameaça romper o diálogo e ir à Justiça contra o governo de Evo Morales.


 



Na resolução que assinou, Soliz Rada decide adquirir o controle das refinarias sem o pagamento de indenização, considerando que a Petrobras já teve ganhos extraordinários na Bolívia.


 



Segundo ele, a empresa brasileira teria faturado cerca de US$ 320 milhões, valor que estaria acima do permitido por lei. Além disso, garantiu que a Petrobras lucrou na Bolívia, muito mais do que pagou pelas refinarias, algo em torno de US$ 250 milhões.


 



O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli viajaria para a Bolívia nesta sexta-feira, mas cancelou a viagem para estudar as possíveis medidas legais que a empresa pretende adotar contra o governo boliviano.


 



A Petrobras divulgou nota, contestando as afirmações do governo boliviano e informando que avalia “possíveis medidas” legais contra o Ministério de Hidrocarbonetos e Energia do país.


 



A empresa não aceita a decisão que, segundo nota oficial, “inviabiliza totalmente os negócios de refino da companhia no país”. A Petrobras garante que suas margens são insuficientes para cobrir os custos da empresa na Bolívia.


 



A Petrobras também esclareceu que a decisão boliviana “põe em risco a manutenção dos financiamentos já contratados pela empresa e, em conseqüência, a manutenção normal de suas atividades na Bolívia”.


 



Pela resolução assinada por Soliz Rada, a YPFB tem 30 dias para firmar contratos que regularizem os serviços de transporte, refino e armazenagem de gás de cozinha, petróleo e derivados.


 



Enquanto isso, o governo boliviano procederá um novo cálculo para a margem de lucro que será permitida às refinarias.


 



A Petrobras informou que pagou US$ 105 milhões pelas duas refinarias de Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba, em 1999.


 


Fonte: Reuters