Em SP, candidatos cobram explicações de Serra sobre dossiê
O candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Quércia voltou a cobrar explicações de seu adversário no pleito, José Serra (PSDB), pela suspeita de envolvimento com o escândalo dos sanguessugas. “Continuo a afirmar que o Serra precisa se explicar, dizer o q
Publicado 20/09/2006 20:16
O nome de Serra surgiu com o dossiê Vedoin, que foi apreendido pela Polícia Federal quando estava sendo supostamente negociado com pessoas ligadas ao PT. Questionado se teme ver o PMDB envolvido no escândalo ou investigado, o candidato disse que “não (há peemedebistas entre os suspeitos)”.
Ele afirmou hoje que é “correto” o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abrir investigações sobre suposto envolvimento de candidatos com o dossiê Vedoin. “O TSE tem que abrir investigação à medida que tenha notícia de alguma coisa delituosa, é uma obrigação dele, esta correto, mesmo que falte um dia só (para as eleições)”, disse Quércia após fazer campanha em Guaianases, zona leste da capital. O TSE abriu investigação judicial sobre o caso. O objetivo é saber se houve abuso de poder econômico e de autoridade no caso da venda do dossiê Vedoin contra os tucanos.
Perguntado se as denúncias o ajudariam de alguma forma no processo eleitoral, Quércia disse que não tem como saber isso. “Mas tomara que ajude”, disse com um sorriso. Ele reiterou que o dossiê Vedoin é uma “briga entre PT e PSDB”.
Mercadante também cobra explicações
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, divulgou nota oficial hoje negando que tenha dito que a candidatura de José Serra a governador pelo PSDB deva ser impugnada por causa do seu suposto envolvimento com o caso dos sanguessugas.
Na nota, Mercadante reafirma que o que ele quer é que as denúncias dos sanguessugas sejam investigadas. Mercadante ainda faz questão de afirmar que é um factóide a acusação de que teria liberado recursos para a pasta da Saúde negociar com as empresas envolvidas no episódio das sanguessugas.
Ao final, Mercadante afirmou que há graves indícios de que a máfia dos sanguessugas operava na gestão de José Serra e Barjas Negri no Ministério da Saúde e pediu que tudo seja rigorosamente investigado, inclusive a gestão de seu adversário. Mercadante também reafirmou que não fará nenhum pré-julgamento e sempre respeitará o direito de defesa.
Datafolha mostra Serra com 48%, contra 23% de Mercadante
Ainda hoje, o Datafolha divulgou uma pesquisa mostrando que Mercadante subiu cinco pontos, mas José Serra, estaria eleito governador de São Paulo no primeiro turno se a eleição fosse realizada entre segunda (18) e terça-feira (19), dias em que o instituto ouviu 2.030 eleitores de 64 municípios para divulgar nesta quarta-feira sua nova pesquisa.
Em 6 de setembro, data de realização da pesquisa anterior, Serra tinha 49% dos votos. Agora, oscilou para 48%, dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais. Já Mercadante foi de 18% a 23%. O ex-governador Orestes Quércia, candidato pelo PMDB, perdeu dois pontos -no limite da margem de erro- e, de 11%, passou para 9%. Carlos Apolinário, do PDT, continuou com os mesmos 2%. Plínio de Arruda Sampaio, do PSol, também manteve o mesmo número que possuía: 1%.
Os brancos e nulos somam 7%, e também 7% dos entrevistados não souberam opinar.
Os dados sobre os principais adversários mostram um quadro muito semelhante ao de pesquisa do Ibope divulgada na semana passada, que também apontava Mercadante com 23% das intenções de voto, e Serra com 47%.
Na simulação de segundo turno feita pelo Datafolha, a vantagem de Serra é igualmente confortável: 57% a 33% das intenções de voto.
Da redação,
com agências