Ex-prefeito admite ter recebido dinheiro de sanguessuga tucano

O ex-prefeito de Jaciara (MT) Valdizete Martins Nogueira (PPS) admitiu ontem que recebeu uma quantia em dinheiro do empresário de Piracicaba Abel Pereira, mas não soube precisar o valor e a data do depósito.

O prefeito deixou em aberto dois motivos para receber o pagamento: o dinheiro foi pago porque ele intermediou a venda de uma fazenda de 1.100 hectares negociada por US$ 1,5 milhão ou pode ter sido “uma ajuda de campanha” dos Vedoin, donos da Planam, que ele diz ter conhecido no Congresso.


 


Nogueira, que foi eleito em 2000 pelo PSDB, foi apontado pelos Vedoin, na “IstoÉ”, como receptor de um depósito de R$ 7.000 na agência do Banco do Brasil, em Jaciara, a pedido de Pereira. Pereira foi apontado pelos Vedoin como “operador” dentro do Ministério da Saúde no esquema dos sanguessugas após Barjas Negri (PSDB) -atual prefeito de Piracicaba- ter assumido o ministério no lugar de José Serra, em 2002.


 


A família de Pereira tem empresas em Piracicaba, que doaram R$ 45 mil para a campanha de Negri prefeito, em 2004. As empresas também venceram licitações na cidade para realizar obras. O ex-prefeito de Jaciara admitiu ser amigo de Pereira e que conheceu os Vedoin entre 2001 e 2002, quando administrava a cidade (que fica a 143 km de Cuiabá). O ex-prefeito de Jaciara teve a prisão decretada pela Justiça em 2005, acusado de desvio de verbas, mas obteve habeas corpus.


 


Trecho da matéria da Isto é


“Com os nomes das pessoas físicas e jurídicas listadas pelos Vedoin, os procuradores que investigam a máfia das ambulâncias poderão saber por que razão Abel indicava os depósitos e qual o destino dado ao dinheiro das ambulâncias superfaturadas. Na relação entregue pelos donos da Planam constam, por exemplo, seis depósitos feitos a favor de pessoas ainda desconhecidas do caso. Uma delas é Valdizete Martins Nogueira. Ela foi a destinatária de um depósito de R$ 7 mil feito na agência 3325-1 do Banco do Brasil em Jaciara, no interior mato-grossense, em janeiro de 2003.”


 


Fonte: Folha de S. Paulo