Húngaros dizem que violência em protesto foi obra da direita

Em recente pesquisa do instituto Szonda Ipsos, publicada nesta sexta-feira (22/9) pelo jornal “Népszabadság”, de centro-esquerda, e amplamente divulgada pelas outras mídias húngaras, a população vincula a violência dos protestos nos últimos dias a Viktor

Dos mil entrevistados, 51% acham que Orban teve um papel importante na escalada dos violentos acontecimentos do início da semana, após  incitar a população a tentar derrubar o governo social-democrata.


 


No entanto, 57% consideram que Gyurcsány não é o primeiro político a mentir e, por isso, não é o responsável pela maior crise no país desde a instauração da economia capitalista no país em 1989.


 


“Viktor Orban fez, na semana passada, um pedido à população húngara no qual incentivava a resistência popular. Com isso, ele desempenhou um papel importante na escalada dos eventos?”, perguntou o instituto de pesquisa aos entrevistados. 29% dos eleitores do Fidesz deram resposta afirmativa a esta pergunta.


 


Krisztián Szabados, um analista político do instituto de pesquisas Political Capital, não se surpreendeu com o resultado da enquete, já que, na sua opinião, já havia previsto que a situação atual poderia se transformar em uma profunda crise para o Fidesz e, principalmente, para Orban.


 


Após o vazamento de uma conversa particular na qual Gyurcsány admitiu ter mentido sobre a situação da economia para vencer as eleições, Szabados achou que o primeiro-ministro cairia.


 


No entanto, para o analista político, devido a sua rápida admissão dos fatos e sua firmeza diante dos atos violentos, o premiê conseguiu escapar da pressão.


 


Pela primeira vez em três dias, não foram registrados na madrugada de hoje incidentes violentos entre os manifestantes e a Polícia em Budapeste.


 


Por outro lado, o chefe da Polícia de Budapeste, Péter Gergényi, disse que cerca de 500 pessoas que participaram dos distúrbios nos últimos dias estão sendo procuradas.


 


Nos três primeiros dias de violência, as manifestações deixaram 237 feridos. A Polícia deteve 197 pessoas. O primeiro-ministro reiterou que não pensa em renunciar ao cargo.