Folha de S. Paulo omite informações do Datafolha

O  jornal Folha de S. Paulo deste sábado (23) omitiu informações relevantes da última pesquisa presidencial do instituto Datafolha. Em sua indignação com o eleitor brasileiro, que insiste em reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no

Esta foi a segunda pesquisa do Datafolha em três dias sobre a eleição presidencial. A outra, coletada  nos dias 18 e 19, não mereceu a manchete do principal jornal do Grupo Folhas. O texto se queixava de que ''a pesquisa capta apenas 'sutilmente' a nova crise do governo'', criada pelo caso do Dossiê José Serra, pois ''abrange mais o noticiário do fim de semana, quando a crise era incipiente''.



Alckmin subiu 2 pontos às custas de Heloísa



Foi feito então o tira teima, com 4.319 enjtrevistas nesta sexta-feira (22), em 210 municípios do país. Com todas as TVs, rádios, jornais e revistas em ordem unida na sua interpretação do episódio, não era possível que Lula não cedesse.



O resultado foi que, de fato, as intenções de voto no presidente oscilaram negativamente: de 50% para 49% dos entrevistados, e de 56% para 55% dos votos válidos. Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) oscilou para cima, de 29% para 31%, dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos para cima ou para baixo. Mas aparentemente o avanço foi feito às custas de Heloísa Helena (PSOL), que oscilou de 9% para 7%.



Ou seja: do ponto de vista da eleição presidencial, a ofensiva em torno do Dossiê Serra não surtiu o efeito planejado nas redações, ou, mais prfecisamente, nas mentes dos proprietários dos principais órgãos de comunicação do país. A vantagem do presidente em relação à soma dos demais candidatos, é de 8 pontos percentuai segundo o novo Datafolha. Ele está 18 pontos à frente de seu principal adversário.


 


Heloísa caíu 6 pontos entre os mais ricos


 


O avanço de Alckmin se deu em segmentos do eleitorado onde ele já tinha vantagem. Em especial, o tucano subiu 3 pontos entre os eleitores com renda acima de 10 salários mínimos mensais, chegando a notáveis 45%.



Mas também nessa faixa Alckmin aparentemente cresceu às custas de Heloísa Helena. A candidata do PSOL despencou 6 pontos percentuais entre os eleitores que ganham mais de 10 salários mínimos. Passou de 15% para 9%, ainda acima do seu nível médio. Lula oscilou de 30% para 29% na mesma faixa de renda.



No Estado de São Paulo Alckmin subiu de 41% para 45% e Lula passou de 39% para 35% das intenções de voto. O reduto nordestino permaneceu impermeável ao candidato do PSDB-PFL.



Caso do dossiê influiu pouco



O caso do Dossiê Serra, apesar do espaço que obteve na mídia, e do enfoque editorial desinibidamente anti-Lula, não teve um grande impacto sobre a pesquisa. Segundo o relatório do Datafolha, ''a intenção de voto em Lula fica ligeiramente abaixo da média nacional entre os eleitores que tomaram conhecimento da crise e acima da média entre os que não estão informados sobre o caso''. A diferença pode se dever ao menor grau de informação das faixas de renda mais baixa, que são a parte mais decidida a reeleger o presidente.



Entre os que tomaram conhecimento da prisão de petistas que tinham dinheiro que seria utilizado na compra o Dossiê Serra, 46% votariam em Lula hoje (3 pontos abaixo da média). Entre os que não ficaram sabendo da prisão, a intenção de voto no petista é de 58%, 9 pontos acima da média. Entre os que tomaram conhecimento do suposto envolvimento de Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, na negociação para a compra do dossiê, 44% declaram intenção de votar pela reeleição de Lula (5 pontos abaixo da média). Entre os que não estão informados a respeito essa taxa é de 57% (8 pontos acima da média).