Hamas e Fatá retomarão diálogo para governo de união

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, do Fatá, e o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, retomarão as negociações para formar um governo de união nacional, apesar das  divergências em relação ao reconhecime

O presidente da ANP, que está no Egito, deve voltar ainda hoje à Cidade de Gaza, mas a reunião com Haniyeh acontecerá somente na terça-feira, segundo o deputado Saeb Erekat.


 


Era esperada para hoje a libertação de 22 dirigentes do Hamas, presos há mais de dois meses pelo Exército de Israel na Cisjordânia, após o aprisionamento de um soldado israelense no sul de Gaza. Entretanto, Israel declarou que não vai libertar os  dirigentes.


 


A libertação dos detidos havia sido ordenada na semana passada por um juiz, mas o procurador-geral das Forças Armadas, de acordo com a legislação vigente, solicitou ao tribunal que os membros do Hamas permanecessem detidos.


 


As conversas em torno da formação de um governo de unidade nacional foram suspensas por Abbas antes de sua viagem aos Estados Unidos para participar da Assembléia Geral da ONU devido a divergências.


 


O governo do Hamas se encontra sob boicote político e financeiro de Israel, Estados Unidos e parte da União Européia, desde março, após sua vitória nas urnas em janeiro, motivo pelo qual não pode pagar os salários de 165 mil funcionários públicos.


 


O ponto de divergência entre os dois movimentos é o reconhecimento do Estado de Israel, o que o Fatá fez em 1988, mas que o Hamas se negou a fazer até agora, concordando em iniciar um diálogo a respeito caso as tropas de ocupação se retirassem para dentro das fronteiras estabelecidas em 1967.


 


O deputado e porta-voz do Hamas, Mushier Al-Masri, condicionou hoje a formação de um governo palestino de unidade com o Fatá à adoção do chamado “Acordo dos Prisioneiros”.


 


“Todas os movimentos palestinos chegaram a um acordo sobre esse documento, pois não inclui o reconhecimento da ocupação e mantém os princípios nacionais”, afirmou Masri.


 


Para que haja uma retomada de negociações entre israelenses e palestinos, o Quarteto de Madri — Estados Unidos, União Européia, ONU e Rússia — estabelece que os palestinos devem reconhecer de qualquer modo o Estado hebraico.


 


O ministro de Relações Exteriores da ANP, Mahmoud Zahar, do Hamas, declarou hoje à emissora de TV “al Arabiya” que o “Hamas não está disposto a agradar o Ocidente” reconhecendo o estado de Israel, membro da ONU.