Blair declara que deixará governo em nove meses

Em seu último discurso como primeiro-ministro no congresso do Partido Trabalhista, Tony Blair fez um apelo ao seu partido nesta terça-feira (26/09) pela união e para que se “adapte” ainda mais às mudanças rumo ao centro direita.

Blair defendeu a tal adaptação como necessária para poder “enfrentar” questões globais como a mudança climática, o crime organizado e o terrorismo, e vencer a próxima eleição no Reino Unido.


 


Blair disse que sua decisão de renunciar como primeiro-ministro britânico e presidente do Partido Trabalhista no ano que vem foi correta. No final do discurso de uma hora, várias vezes interrompido por aplausos, ele disse que “o partido tem de manter a coragem, se quiser continuar no poder”. Blair prometeu prestar sua contribuição para que o Partido Trabalhista vença a próxima eleição parlamentar, prevista para 2009. Seria a quarta vitória consecutiva do partido.


 


A popularidade de Blair vem caindo devido ao apoio à guerra no Iraque, às políticas em relação ao Oriente Médio e às reformas neoliberais. Pesquisas de opinião recentes mostram que oposição conservadora, liderada pelo jovem David Cameron, está à frente dos trabalhistas.


 


O premiê ressaltou que a “luta contra o terrorismo” continuará sendo um desafio para o partido na era pós-Blair. E “esta luta precisa ser conduzida em aliança com os Estados Unidos”, sublinhou. “Às vezes, é difícil ser o mais forte aliado dos Estados Unidos. Mas também a integração na União Européia não é fácil”, disse.


 


Pouco antes do discurso do premiê, circularam rumores na mídia britânica de que sua esposa, Cherie Blair, havia chamado o ministro das Finanças, Gordon Brown, de “mentiroso”. Brown apresentou-se nesta segunda-feira no congresso anual do Partido Trabalhista como candidato à sucessão de Tony Blair, do qual há anos é considerado um concorrente.