Mudanças no parlamento
A nova correlação de forças no Tocantins e o apoio do governador reeleito, Marcelo Miranda (PMDB) à reeleição de Lula foram os assuntos de hoje da imprensa estadual. Veja a resenha feita por Carlos Pompe
Publicado 03/10/2006 11:16 | Editado 04/03/2020 17:23
Jornal do Tocantins
Marcelo reduzirá comissionados “Não tenha dúvida que vou promover concursos públicos em diversos setores”, garantiu ontem o governador Marcelo Miranda (PMDB). Admitiu que poderá haver contratações nas áreas da saúde e da educação. Marcelo minimizou o fato de ter uma oposição maior na Assembléia, disse não acreditar que terá problemas com a oposição na Câmara Federal e garantiu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
Reconfiguração parlamentar A partir de 1º janeiro, haverá 12 cadeiras governistas, dez de União do Tocantins e duas do PT, na Assembléia Legislativa. Embora, muitos petistas tenham apoiado o Governo, oficialmente, a base governista não teria maioria absoluta. Já na Câmara Federal, a situação do Governador parece mais tranqüila, pois a Aliança da Vitória conquistou cinco cadeiras e a UT, apenas três (tinha seis, até agora). Além disso, Marcelo contará com Kátia Abreu (PFL) no Senado, Casa onde antes não tinha senadores de sua base de apoio.
Siqueira divulga nota O ex-governador distribuiu nota agradecendo pela “vitória moral” nas urnas. Cita, também, os 310.068 eleitores e os líderes da União do Tocantins dos diversos municípios que votaram e trabalharam pela sua eleição e pela reeleição do senador Eduardo Siqueira Campos (PMDB), aos quais agradece “pela confiança reiterada e preferência por nossas propostas, Plano e Metas Básicas de Governo”.
Kátia Abreu traça metas para mandato no Senado “Educação, saúde e habitação estão entre as principais preocupações. Mas o meu primeiro projeto de lei no Senado deverá ser na área de educação para a criação de crédito educativo para bolsas universitárias”, relata. Outra bandeira a ser defendida pela senadora eleita é o combate ao câncer de mama. “Quero que sejamos o melhor Estado do País na proteção das mulheres com câncer de mama. Já consegui aparelhos e vou conseguir mais. Além disso, também quero providenciar a locomoção dessas mulheres para os centros de tratamento”, diz.
Bancários do interior aderem à greve Metade das agências bancárias de Gurupi aderiu ontem à greve da categoria. A cidade conta com seis bancos e três continuam funcionando normalmente. As agências bancárias de Araguaína funcionaram normalmente ontem, ficando apenas em “estado de greve”. Em Colinas, apenas a agência do Banco do Brasil aderiu ao movimento grevista.
clebertoledo.com.br
Convênio prevê implantação de mini-usinas O Projeto de Alternativas em Comunidades Rurais do Tocantins, desenvolvido pelo Instituto Ecológica, receberá uma doação de US$ 600 (R$ 1,2 milhão) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A ONG vem realizando pesquisas sobre extração de álcool da batata-doce e contará com a parceria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ruraltins (Seagro) para a concretização do projeto.
Folha de S. Paulo
Bancada da bola muda de cara, e oposição cresce
Após eleição, deputados e senadores ligados à CBF perdem espaço, mas aliados dos clubes se reelegem ao Congresso
Políticos contrários ao lobby da bola conseguem votação expressiva e já prometem fiscalizar o processo de candidatura à Copa-2014
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Copa do Mundo-2014, que tem o Brasil como candidato, será o principal tema esportivo a ser discutido no Congresso e no Executivo. Essa é a avaliação de cartolas e de deputados inimigos da bancada da bola após a eleição de domingo.
No pleito, a CBF perdeu a maioria dos parlamentares que financiou em 2002. Mas os clubes mantiveram aliados.
Terão duro embate. Isso porque tiveram votações significativas os políticos inimigos dos cartolas: os deputados Sílvio Torres (PSDB-SP), Rodrigo Maia (PFL-RJ) e o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Na maioria dos casos, a posição favorável ou contrária aos cartolas do futebol teve pouca influência na eleição. Mas pesará na postura no Congresso.
“Terei olho clínico para essa questão da Copa do Mundo. Acho que a discussão tem que ser ampla e a organização não pode ficar concentrada na CBF”, diz Sílvio Torres, que proporá criação de comissão no Congresso para fiscalizá-la.
Ele é aliado do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), que não conversou com a CBF na campanha. O segundo turno foi ruim para a CBF, que tem o presidente Lula alinhado a seu projeto. A confederação doou dinheiro ao PT.
Se o presidente for reeleito, Agnelo Queiroz (PC do B-DF), que é aliado dos cartolas e perdeu eleição ao senado em Brasília, é candidato a retornar ao Ministério do Esporte.
No legislativo, restaram poucos políticos financiados pela CBF em 2002. Delcídio Amaral (PT-MS) e o Leonardo Quintanilha (PC do B-TO) perderam para governador; Hugo Napoleão (PFL-PI), para senador.
Na Câmara, sobraram Darcísio Perondi (PMDB-RS) e José Rocha (PFL-BA), mas outros quatro deputados estão fora, como Pedro Canedo (PP-GO), relator da redação da Timemania, que favoreceu clubes.
Irmão de Darcísio, o vice da CBF para Região Sul, Edmídio Perondi, acha que a discussão da Copa deve chegar ao Congresso. “A economia do Brasil sustenta a Copa. É só investirem o que roubaram”, conta ele, que apoia Alckmin, mostrando que cartolas se dividem nos partidos.
Entre os ligados aos clubes, há membros da esquerda e da direita. Redatores de legislação esportivas, Deley (PV-RJ) e Gilmar Machado (PT-MG) têm a simpatia dos cartolas.
Já os deputados Beto Albuquerque (PSB-RS), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), José Otávio Germano (PP-RS), Marcelo Guimarães (PFL-BA) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) têm ligações com Internacional, Grêmio, Bahia e Portuguesa.
“São alguns deputados que têm ouvido o que os clubes dizem”, diz o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.
Entre os inimigos, o deputado Rodrigo Maia, segundo mais votado no Rio de Janeiro, prega fiscalização na Copa-2014, mas admite uso de dinheiro público.
“Acho que não só a Copa, como a Olimpíada de 2016, são questões centrais”, analisa. “O BNDES poderá ajudar.”
Desde o último domingo, a discussão tem os debatedores.