Rússia registra 60 mil suicídios por ano

Todos os anos 60 mil pessoas põem um fim às suas vidas na Rússia, onde a taxa de suicídios é a segunda no mundo depois da Lituânia, anunciou nesta quarta-feira a diretora do Centro Serbski de Psiquiatria Social e Judiciária da Rússia, Tatiana Dmitrieva, c

“Todos os anos 60 mil pessoas se matam na Rússia, se pegarmos a cifra média dos doze últimos anos”, declarou Dmitrieva durante uma entrevista coletiva organizada por ocasião do Dia Internacional da Saúde Mental, que se celebra em 10 de outubro.


 


A título de comparação, o número anual de mortes nas estradas russas é de 35 mil pessoas, informou. Segundo a especialista, vinte e cinco por cento dos suicidas sofrem de alguma doença psiquiátrica grave.


 


Com uma taxa de 34,9 por 100 mil habitantes, a Rússia é o segundo país do mundo em número de suicídios, depois da Lituânia, afirmou.


 


As pessoas mais expostas são as da faixa dos 45-55 anos e os adolescentes. A distribuição geográfica e étnica dos suicídios é muito desigual no país, destacou a responsável.


 


Entre os fatores que levam ao suicídio, ela mencionou, entre outros, a pré-disposição biológica, desordens sociais, a falta de pagamento, a inflação, o estresse causado por conflitos familiares, os divórcios e a solidão.


 


Para Ievgueni Mikhailov, vice-presidente do Comitê Estatal de Estatísticas, “Isso é muito ruim, mesmo para os dados de países do terceiro mundo”. “Precisamos reconhecer que as pessoas merecem um padrão de vida melhor que o atual”, considerou.


 


A altíssima taxa de suicídios, concentrada na faixa de idade entre 45 e 55 anos, reflete o caos econômico que transformou a ex-URSS em várias nações de terceiro mundo, com a transição para o capitalismo promovida por Gorbatchev, Yeltsin e Pútin.


 


“Há 16 anos essas pessoas estavam no auge da sua produção intelectual e no auge de suas capacidades de produção. Era natural que esperassem um futuro muito melhor que o que encontraram”, considerou Mikhailov.