Russos lembram mortos do golpe de Estado de 1993

Eles carregam retratos dos mortos políticos de outubro de 1993, em Moscou, Rússia. Há treze anos, estimadas 187 pessoas foram assassinadas em confronto ocorrido depois que o então presidente Boris Iéltsin dissolveu o Parlamento russo.

Iéltsin passou a governar o país em 1991, com um programa de transição para o capitalismo que destruiu todas as conquistas que o povo russo e soviético obteve após a Revolução Russa de 1917.


 


Já em 1991, Iéltsin autoritariamente colocou na ilegalidade o PCUS (Partido Comunista da União Soviética), um dos seus integrantes, o PC russo, e proibiu a circulação de jornais comunistas, como o famoso Pravda. Em conseqüência disso e da oposição do Parlamento ao projeto de transição de Iéltsin, ele e a casa legislativa entraram em conflito.


 


O Parlamento russo votou, dentro das leis, a demissão de Iélsin. Como resposta, em 21 de setembro de 1993, ele dissolveu o Parlamento e convocou eleições para uma nova Assembléia Legislativa para 11 e 12 de dezembro. Também seria elaborada uma nova Constituição, que daria amplos poderes para Iéltsin. O Ocidente apoiou a medida adotada pelo presidente russo. Já, o Parlamento do país denunciou essa ação como um golpe de estado.


 


Em outubro, as forças armadas sob o mando de Iéltsin atacaram o Parlamento e prenderam o vice-presidente russo Aleksandr Rutkoy e o presidente da Assembléia Legislativa Ruslan Khasbulatov. O conflito armado foi sangrento – foram inclusive disparados obuses de canhão contra o prédio do Parlamento. Além dos quase 200 mortos, o confronto fez cerca de 600 feridos.