Matérias do Vermelho repercutem e irritam candidatura de Alckmin

O site oficial do candidato da direita, Geraldo Alckmin (PSDB/PFL), protestou hoje contra matérias publicadas no portal Vermelho nas quais denunciamos a sanha privatista do grupo político que sustenta a candidtura tucana.


 


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Sob o título ''Mais uma vez turma do Lula quer enganar o povo brasileiro'' e com o subtítulo ''Portal Vermelho (PCdoB) publica mais mentiras sobre privatizações'', a candidatura de Alckmin tenta desvencilhar-se do rótulo de privatista denunciado por diversos setores e órgãos da esquerda progressista, entre eles o portal Vermelho.


 


A candidatura tucano-pefelista conta com a colaboração da grande imprensa, que preserva o candidato Alckmin de críticas. Assim, a única opção dos eleitores para ter acesso às  informações sobre o verdadeiro caráter da candidatura do tucano são os meios alternativos, entre eles o Vermelho. Isso talvez explique o motivo da irritação da campanha de Alckmin com aquilo que ele marotamente qualifica como “onda de boatos”. 


 


Nas últimas semanas, várias matérias do Vermelho denunciando o perfil conservador e o programa neoliberal da candidatura Alckmin têm repercutido nos meios políticos e se espalhado pela internet. A audiência do portal cresceu significativamente neste período e o Vermelho registrou seu pico de audiência na semana passada, quando recebeu 46 mil visitas num único dia (1º/10). 


 


O fato é que Alckmin e os marqueteiros de sua campanha têm visto crescer na opinião pública a consciência de que a onda de privatizações pode voltar a assolar o país na eventualidade funesta do PSDB e PFL voltarem ao poder. Assim, diante do inevitável desgaste, Alckmin busca desautorizar todos aqueles que enxergam na sua candidatura um risco para o patrimônio que ainda resta ao país.


 


Nos últimos dias, o bloco conservador têm feito um grande esforço retórico para tentar descolar a candidatura de Alckmin da imagem de privatizador contumaz. Porém, os fatos falam mais alto: durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, a privatização de empresas públicas, muitas delas lucrativas e estratégicas, foi regra e não exceção. E, entre os estados governados pela coalização tucano-pefelista, São Paulo ''liderou'' o processo de venda do patrimônio público.


 


Geraldo Alckmin foi, entre 1996 e 2000, enquanto vice-governador de São Paulo, o presidente do Conselho Deliberativo do Programa Estadual de Desestatização (PED). Nessa função, foi o responsável pela privatização de ativos no valor de R$ 32 bilhões. No ranking dos campeões da privataria brasileira durante os governos Fernando Henrique Cardoso, ele figura em segundo lugar, suplantado apenas por Sérgio Motta, o Serjão, responsável pela megaprivatização das telecomunicações, no valor de R$ 40 bilhões.


 


Coube a Alckmin leiloar para capitais privados, nos marcos do PED: em 1997 a CPFL e uma fatia da Mafersa; em 98 a Eletropaulo, a Electro, a Bandeirantes Energia; em 99 a Comgás, a Cesp e o Banespa. Isto para não falar da rede de rodovias estaduais, que ao ser privatizada fez de São Paulo um Estado que concentra mais pedágios que todo o restante do país.


 


Depois de uma pausa para respirar, Alckmin voltou à carga, já como governador. Em maio de 2005, contrariando repetidas promessas em 2004, ele encaminhou o projeto de privatização da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), com ativo estimado em R$ 4,6 bilhões mas que deve arrecadar, na avaliação dos especialistas, R$ 700 milhões. Mais duas empresas públicas paulistas estão na mira privatizante dos tucanos: o banco Nossa Caixa e o Metrô, cujas novas linhas em construção devem ser entregues a consórcios privados.


 


Acredite quem quiser


 


É este o Geraldo Alckmin que asseverou ontem, durante o debate da TV Bandeirantes, que ''não vai privatizar nada''. Mas o extenso ''portfolio'' comercial dos tucanos não permite que este discurso continue de pé, tampouco lhes dá autoridade para acusar qualquer pessoa ou veículo de comunicação que alerte a população sobre a ameaça que representa a volta de políticos neoliberais como Alckmin e sua ''patota'' —para usar uma expressão do próprio candidato— ao poder.


 


Clique aqui para ler algumas matérias publicadas no Vermelho sobre a ameaça privatizante de Alckmin:


 



Guru econômico de Alckmin defende privatização da Petrobras
por Cláudio Gonzalez


 


''Alckmin foi o chefe da privataria em São Paulo'', lembra Jamil Murad
por Gustavo Alves


 


Alckmin e o desmonte do Estado
por Altamiro Borges


 


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Da redação,
CláudioGonzalez

Atualizada às 8h30