Pesquisa qualitativa rejeita ataques de Alckmin no debate

Por Bernardo Joffily
Há bons motivos para duvidar da avaliação dos comentaristas da mídia grande, que falam em “empate” ou até “vitória de Geraldo Alckmin” no debate dos candidatos presidenciais neste domingo (8), na TV Bandeirantes. Pesquisas qualitat

As pesquisas qualitativas cujo resultado chegou a este portal foram feitas em quatro capitais, com grupos mistos — metade de eleitores de Lula e metade de Alckmin — das classes “C” e “D”, e um da “A” e “B” para efeito de monitoramento. Os grupos assistitam ao vivo o debate promovido pela Rede Bandeirantes, e depois comentaram o que viram.



“Passou do ponto”



As pesquisas registraram inclusive mudança de votos, sempre no sentido de Alckmin para Lula. Apareceram comentários como o de que o candidato do PSDB-PFL “destoou” e “passou do ponto” com o seu novo comportamento. No grupo de classe “A” e “B” a tendência foi a mesma, embora atenuada e sem mudanças nas intenções de voto.



Os eleitores pesquisados avaliaram Lula como “na defensiva” porém “firme”. E o presidente ganhou pontos pelo simples fato de ter ido ao debate, já que sua ausência nos do primeiro turno provocou uma “carência” agora sanada.



Nova tática pode ser abandonada



A técnica das pesquisas qualitativas, que se generalizou nas últimas campanhas eleitorais, é empregada pelas equipes de ambos os candidatos e costumam chegar a resultados semelhantes. Um observador que comentou as qualitativas citadas acha “provável”, inclusive, que nos próximos debates Alckmin mude novamente o comportamento, corrigindo o que “passou do ponto”.



A conclusão da pesquisa qualitativa não dá razão ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que quatro semanas atrás pedia mais “ferocidade” do seu presidenciável e reclamava que “o PSDB não tem gosto de sangue na boca”. Pelo contrário, abona o juizo do vice-presidente Alencar Furtado, para quem Alckmin, com seu “desrespeito” durante o debate, “marcou gol contra”.