PT faz análise positiva do debate: Alckmin foi desmascarado

Para Francisco Campos, secretário adjunto de Comunicação do PT Nacional, o debate da TV Bandeirantes teve muitos méritos, entre eles o de fornecer argumentos à militância para o embate com os tucanos neste segundo turno.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o grande vencedor do debate promovido na noite de domingo (8), pela TV Bandeirantes, entre ele o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.


O presidente enfrentou as leviandades do tucano com firmeza, questionou as contradições do discurso do adversário e esforçou-se para manter a discussão em nível elevado – enquanto Alckmin comportou-se como se estivesse disputando a prefeitura de Pindamonhangaba, com frases de efeito sem consistência e nenhuma proposta concreta para o Brasil.


Nos momentos em que foi questionado sobre os muitos problemas deixados por ele no Estado de São Paulo – após 12 anos de governos do PSDB – Alckmin, como de costume, fingiu que não era com ele. Não explicou por que barrou 69 CPIs na Assembléia Legislativa de São Paulo e não respondeu o que o governo paulista fez para impedir a ação da organização criminosa PCC.


 


Em completa desconexão com o mundo real, o tucano chegou a afirmar que a educação pública em São Paulo é de boa qualidade e que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) – em que o Estado ficou na 8ª colocação – serve “só para passar no vestibular”. No mais, procurou responsabilizar o governo federal por situações que eram de sua exclusiva competência quando governava São Paulo, como a falência da Febem.


 


Lula, ao contrário, não fugiu de nenhum tema, reconheceu as limitações de seu governo, falou sobre os avanços que o país conquistou nos últimos anos e o que pretende fazer para ampliar o ritmo de crescimento no segundo mandato.


 


Na questão da ética e da corrupção, o presidente lembrou que, ao contrário do que acontecia no passado, hoje se apura e se investiga tudo. Segundo Lula, a lógica da ética está do combate à corrupção, nas investigações livres, na punição dos envolvidos e no afastamento dos suspeitos.


 


Por mais de uma vez, durante o debate, Lula afirmou que, ao contrário dos governos do PSDB, o seu não joga sujeira para debaixo do tapete, doa a quem doer. Lamentou ter perdido companheiros de longa data, mas garantiu que continuará agindo com firmeza e com os rigores da lei contra quem quer que seja.


 


O presidente também fez questão de lembrar que a maioria dos casos de corrupção investigados pelo seu governo têm origem na gestão do tucano FHC, como o valerioduto e as máfias dos sanguessugas e dos vampiros.


 


Comparações


 


Como de costume, Alckmin fugiu o tempo todo do debate em torno dos projetos de país, preferindo produzir pérolas como a proposta de venda do avião presidencial para “construir cinco hospitais”.


 


A bravata foi classificada por Lula como uma “insensatez” de quem não conhece o tamanho do Brasil e a importância das viagens internacionais para inserção do país no comércio mundial.


 


Ignorando todos os dados macroeconômicos dos últimos três anos – sobretudo os relativos aos recordes da balança comercial, ao crescimento das reservas internacionais e à abertura de novos mercados para os produtos brasileiros – Alckmin chegou ao absurdo de chamar de “fracassada” a política externa do governo Lula.


 


O presidente explicou ao tucano que, também nesse item, ele estava mal informado. Quando Alckmin questionou a “falta de firmeza” do atual governo em relação à Bolívia, Lula reafirmou seu compromisso com os povos vizinhos, sem prejuízo da soberania brasileira, e acusou o adversário de agir como o presidente norte-americano George Bush, que preferiu invadir o Iraque, ao invés de negociar, com os resultados desastrosos que todos conhecem.


 


Lula aproveitou ainda para mostrar as muitas diferenças entre o seu governo e o de tucanos. Entre elas, a geração de empregos (mais de 7 milhões em quatro anos, contra apenas 1 milhão em oito anos de FHC), a redução da desigualdade social, o fim do apagão, o controle da inflação e o aumento do poder de compra da população.


 


Em um dos momentos de maior constrangimento para o tucano, Lula olhou para a platéia e questionou a ausência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entre os convidados do adversário. “Cadê o FHC?”, perguntou, enquanto Alckmin, visivelmente desconfortável, tentava desapertar o nó da gravata.


 


E o Barjas Negri?


 


A imagem de guardião da moral e da ética, vendida por Alckmin em todas as suas falas, também não resistiu à meia-dúzia de perguntas. O tucano não soube explicar por que teve, entre seus secretários no governo de São Paulo, o correligionário Barjas Negri, que foi ministro da Saúde no governo FHC e sofre graves acusações de envolvimento com a máfia das ambulâncias.


 


“Você não sabia disso?”, perguntou o presidente. Alckmin tentou tergiversar, afirmando que não havia nenhuma acusação contra Negri relativa à sua passagem pelo governo de São Paulo.


 


Foi desmentido por Lula, que “informou” o governador dos mais de 100 processos no TCE (Tribunal de Contas do Estado) por suspeita de irregularidades em contratos firmados por Negri quando esteve à frente da CDHU.


 


No final, Lula lembrou que os tucanos privatizaram dezenas de empresas, vendendo um patrimônio que era de todos os brasileiros apenas para cobrir dívidas de governo. E desafiou Alckmin a reconhecer que, nesses quatro anos, a vida do brasileiro melhorou. Alckmin, mais uma vez, fugiu do assunto.


 


Argumentos para a militância


 


Para Francisco Campos, secretário adjunto de Comunicação do PT Nacional, o debate da TV Bandeirantes teve muitos méritos, entre eles o de fornecer argumentos à militância para o embate com os tucanos neste segundo turno.


 


“O presidente Lula mostrou firmeza e coerência, além de deixar claro que o discurso monotemático de Alckmin não se sustenta. Agora vamos para rua mostrar isso a toda população. Temos o melhor candidato, temos o melhor projeto para o país e temos os melhores argumentos”, avaliou.


 



João Paulo Soares, do Portal do PT


Fonte: www.pt.org.br